Snoopy, Lego, Alexa e ovelha: 10 coisas curiosas a bordo da missão Artemis
A missão Artemis 1 iniciou, ontem (16), sua trajetória rumo à Lua, como parte do programa da Nasa que quer levar o homem de volta ao nosso satélite. Esta primeira fase não é tripulada — a cápsula Orion segue vazia pelo espaço.
Quer dizer, não totalmente vazia, apenas sem seres humanos. A bordo dela, há uma coleção inusitada de objetos e aparelhos — alguns com função científica; outros, nem tanto.
Esta é a primeira missão lunar da Nasa desde 1972, ano em que o homem pisou na lua pela última vez, na Apollo 17. As próximas viagens do programa Artemis, previstas para 2024 e 2025, serão tripuladas (na terceira, haverá o esperado pouso na Lua).
Confira as 10 coisas mais curiosas que vão com ela:
Snoopy
Uma miniatura de pelúcia do popular cachorrinho dos desenhos, usando um traje espacial, terá uma importante missão: vai funcionar como um identificador de "gravidade zero". Basicamente, se ele estiver flutuando pela cápsula, significa que está na ausência de peso espacial da microgravidade. Vale lembrar que não é a primeira vez que Snoopy está de alguma forma em uma missão para a Lua: ele apelidou o módulo lunar da Apollo 10.
Lego
Quatro bonecos astronautas da popular linha de brinquedos de montar também estão na missão: "Kate", "Kyle", "Julia" e "Sebastian" fazem parte de um projeto didático sobre espaço e ciência para pais, professores e alunos. Criado por uma parceria da Nasa com a empresa dinamarquesa e a Nasa, o #BuildtoLaunch conta com dez episódios educativos.
Shaun, a ovelha
Outro queridinho das crianças, estrela de uma série de animação e dois filmes em stop-motion, do estúdio inglês Aardman. Shaun embarcou na Artemis para comemorar seus 15 anos de existência, devidamente uniformizado, e com um propósito educativo: enquanto a Orion estiver no espaço, a ovelha irá "escrever" um blog contando tudo para seus fãs mirins.
Callisto
A famosa assistente virtual Alexa, da Amazon, agora conquistou o espaço — na forma do dispositivo Callisto. Ela funciona como em nossas casas: recebe ordens por voz, ajudando a controlar aparelhos eletrônicos. Como o computador de bordo da série Star Trek, gerencia funções da cápsula Orion, ajudando os futuros astronautas a ganhar mais autossuficiência e tempo livre.
Manequins
Nas poltronas da cápsula, há três bonecos com aparência humana, em tamanho real, com 5.600 sensores de radiação em cada um. Eles funcionarão como simuladores de astronautas, coletando informações para tornar as viagens tripuladas mais seguras. Em um trocadilho, foram batizados de "Moonikins" (uma mistura de "Lua" [moon] e "manequim" em inglês). Mas também têm nomes individuais: Arturo Campos, em homenagem ao engenheiro da Apolo 13; e Helga e Zoar, da agência espacial alemã DLR.
Células de levedura
É comum levar alguma forma de vida para medir os efeitos de uma viagem espacial. Desta vez, serão placas com células de levedura, nas quais qualquer alteração biomolecular será monitorada e avaliada. Elas não estão na cápsula Orion propriamente dita, mas sim no Biosentinel, um cubeSat (um nanossatélite, do tamanho de uma caixa de sapatos — a missão Artemis 1 deu carona para dez variados).
Caçador de asteroides
O NEAScout (Near-Earth Asteroid Scout; algo como "caçador de asteroides próximos à Terra") usará uma vela solar — sistema de propulsão que utiliza a pressão da radiação do Sol — para viajar até o asteroide 2020 GE, seu atual alvo. Este cubeSat é equipado com um sensor de imagem de 20 megapixels, a NEACam, para registrar e estudar a forma, posição, rotação e composição do asteroide. Estes dados podem nos fornecer mais informações sobre como as rochas espaciais se formaram e evoluíram, e também contribuir para pesquisas de defesa planetária.
Caçador de água
O nanossatélite Lunar IceCube foi projetado para procurar água e outros recursos na Lua, reduzindo a quantidade de material que os astronautas precisam levar e gerando uma enorme economia de custos. Ele é capaz de buscar gelo e vapor d'água na exosfera (última camada da atmosfera). Nessa primeira jornada, seu trabalho será mapear recursos para as missões futuras.
Espaçonave movida a água
O cubeSat EQUULEUS (EQUilibriUm Lunar-Earth point 6U Spacecraft), desenvolvido pela Jaxa, agência espacial japonesa, foi projetado para explorar a distribuição do plasma que circunda a Terra (plasmosfera) e pode nos ajudar a compreender a radiação entre a Terra e a Lua. Ele usará técnicas de controle de trajetória de baixa energia, incluindo um sistema de propulsão de água, que usa muito pouco fluido para posicionar a nave em órbita.
Um módulo lunar
Um minúsculo módulo de pouso, o Omotenashi ('hospitalidade" em japonês), também da Jaxa, será a única parte da missão Artemis 1 que tocará a superfície lunar. Ele está está em um nanossatélite de apenas um quilo, do qual se desprenderá para "cair" na Lua — dois airbags amortecerão o pouso. Seu objetivo é medir a radiação da superfície lunar e investigar a mecânica deste solo rochoso, usando acelerômetros. Mais que isso, quer demonstrar a capacidade de pequenos módulos de pouso explorarem a superfície de luas e planetas.
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