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Por que a Epson vai deixar de vender impressoras a laser?

Epson WorkForce Enterprise AM-Series, a "matadora" da impressora a laser - Divulgação/Epson
Epson WorkForce Enterprise AM-Series, a "matadora" da impressora a laser Imagem: Divulgação/Epson

Rosália Vasconcelos

Colaboração para Tilt, do Recife

30/11/2022 13h59

As impressoras a laser podem estar com os dias contados. Pelo menos no que depender da japonesa Epson, uma das principais marcas nesse segmento: ela deve tirar seus produtos de circulação até 2026. No mesmo período, ela pretende popularizar sua nova linha, mais sustentável e com eficiência energética similar.

Um dos principais argumentos a favor da impressora a laser é que ela é mais rápida do que a de jato de tinta (inkjet). Então a Epson criou um novo modelo de jato de tinta, a WorkForce Enterprise AM-Series, mais eficiente do que as atuais impressoras nesse formato.

Em um comunicado direcionado a clientes e fornecedores, enviado em meados deste mês, a empresa alegou que o motivo da substituição seria a redução no impacto ao meio ambiente. Impressoras a laser depositam muito mais lixo no processo de recarga de insumos e manutenção e produzem até 85% mais dióxido de carbono do que as de jato de tinta. Além disso, em média elas necessitam de 59% a mais de peças de reposição.

"O nosso negócio de impressão se concentrará 100% no jato de tinta sem aquecimento, com tecnologia piezoelétrica", disse o vice-presidente da Epson, Rob Clark. Ele considera a mudança um movimento "inevitável".

5 mil folhas de uma vez

A tecnologia piezoelétrica possui cabeçotes estáticos e é livre de aquecedores, imprimindo de 40 a 60 folhas por minuto.

A nova linha também possui alta capacidade de tanque de tinta, um formato mais compacto e de menor peso, além de um alimentador de papel em formato de "C", possibilitando carregar a máquina com mais de cinco mil folhas, diminuindo os problemas com obstrução de papel.

No ano passado, a Epson já havia anunciado um investimento de aproximadamente R$ 4 bilhões em projetos de inovação sustentável.

"As novas impressoras vêm com menos componentes que precisam ser substituídos, tornando sua operação mais conveniente, pois requer apenas a troca de tinta e caixa de tinta residual, em vez de toner, tambor, revelador, fusores e outros componentes dos modelos a laser", justificou o comunicado.

De maneira geral, a impressão a laser da Epson necessita de calor para derreter o toner, enquanto o jato de tinta é uma tecnologia fria, que requer menos energia para funcionar (em modelos comparáveis).

"Isso também significa menos tempo de inatividade e necessidade de manutenção, em comparação com a impressora a laser. O tempo de intervenção do usuário para substituir as peças é menos da metade, o que se traduz em maior produtividade a longo prazo, especialmente para ambientes empresariais", acrescentou a empresa.

Com o anúncio da Epson, o mercado fica na expectativa se a estratégia também será adotada por outras fabricantes.