Segura, peão! Nasa tenta manobra arriscada a 40 mil km/h na volta da Orion
Nesta segunda (5), por volta das 13h43 (horário de Brasília), a espaçonave Orion, que está em órbita na Lua como parte da missão Ártemis, fará sua última manobra importante: acionar os motores para colocá-la no caminho de volta à Terra. A Nasa vai transmitir a ação ao vivo.
A estimativa é que ela atingirá a atmosfera terrestre, no dia 11, na velocidade Mach 32. É o equivalente a 40 mil km/h — a reentrada de cápsula mais rápida desde o programa Apollo.
A amerissagem deve acontecer no Oceano Pacífico às 14h42 no horário de Brasília —isso, naturalmente, supondo que a espaçonave sobreviva à reentrada atmosférica, na qual seu novo escudo térmico deve suportar temperaturas acima de 2.700 ºC. O isolante, criado pela Lockheed Martin, supostamente seria capaz de aguentar até 5.000 ºC.
A alta velocidade e temperatura são consequências da decisão da Nasa de testar uma "entrada de saltos". Será a primeira vez que a agência tentará a técnica com uma nave espacial de passageiros - embora, neste momento, ela não esteja tripulada.
Ela serve para dividir as intensas cargas da força G (a sensação pesada empurrando contra um corpo durante a aceleração extrema) em dois eventos menores, em vez de um episódio severo.
Isso deixará os futuros astronautas da Artemis mais seguros. Quando seres humanos são submetidos a forças muito maiores do que a gravidade normal, seus corações são colocados sob tremendo estresse, causando tonturas e, às vezes, apagões.
Missão Artemis é considerada um sucesso
Até o momento, a NASA classifica a missão como um "sucesso extraordinário", com todos os sistemas a bordo da Orion funcionando conforme o esperado, com exceção de um problema de comunicação no último dia 22 de novembro, mas que não afetou negativamente o projeto.
Nomeada em homenagem à deusa grega da caça e irmã gêmea de Apolo, a missão Artemis pretende levar astronautas à superfície da lua em 2025.
Doze astronautas caminharam na lua durante seis missões Apollo, de 1969 a 1972, os únicos voos espaciais a colocar humanos na superfície lunar. Mas a Apollo, nascida da corrida espacial EUA-Soviética da era da Guerra Fria, era menos voltada para a ciência do que a Artemis.
Nesta primeira etapa da missão, a Artemis 1 não levou tripulação, mas sobrevoou nosso satélite natural, para realizar testes, coletar informações e, principalmente, confirmar se o veículo é seguro para os futuros astronautas.
A Artemis 2, prevista para 2024, será tripulada; mas apenas a 3, no ano seguinte, pousará na Lua.
De acordo com a Nasa, o objetivo de retornar à Lua são "descobertas científicas, benefícios econômicos e inspiração para uma nova geração de exploradores: a Geração Artemis". E também reafirmar o protagonismo dos Estados Unidos na exploração espacial: "Mantendo a liderança americana na exploração, construiremos uma aliança global e exploraremos o espaço profundo para o benefício de todos", declarou a agência.
Outro ponto importante do programa Artemis é que levará a primeira mulher e a primeira pessoa negra a pisar na Lua — estes astronautas ainda não foram selecionados.
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