10 coisas incríveis que o telescópio espacial James Webb fez em 2022
O telescópio espacial James Webb, lançado em órbita há quase um ano para examinar os limites do Universo e a atmosfera dos planetas, já forneceu diversas imagens sensacionais. Nessa retrospectiva espacial de 2023, confira a seguir conquistas importantes que o observatório já realizou.
Seus resultados superam em muitos aspectos os do telescópio espacial Hubble (que segue em funcionamento). O James Webb é 100 vezes mais forte que o parceiro mais antigo.
1. Agrupamento de galáxias
A primeira imagem feita pelo telescópio espacial James Webb, divulgada em julho, mostra o agrupamento de galáxias SMACS 0723, que distorce a luz de objetos por trás delas, permitindo uma visão profunda de galáxias extremamente distantes e fracas.
O registro é a captação em infravermelho mais fidedigna de objetos espaciais que se têm notícia até o momento.
O "campo profundo", como foi chamado pela Nasa, foi captado pela câmera NIR (infravermelho próximo, a faixa das frequências mais altas) após 12,5 horas de exposição ininterrupta.
Durante a divulgação das imagens, os cientistas informaram que diferentes emissões de luz permitirão identificar novos planetas no qual há condições para a formação de vida.
2. Nebulosa de Anel do Sul
A nebulosa planetária registrada fica ao redor de uma estrela morta a distância de 2.000 anos-luz da Terra.
A estrela mais escura no centro da imagem tem enviado anéis de gás e poeira por milhares de anos em todas as direções. O James Webb revelou pela primeira vez que ela está rodeada de poeira.
3. Quinteto de Stephan
O grupo de cinco galáxias fica na constelação de Pegasus, a cerca de 290 milhões de anos-luz da Terra. A imagem mostra milhões de estrelas recém-formadas, além de caudas de gás e poeira sendo puxadas de várias galáxias, devido a interações gravitacionais.
Embora chamadas de "quinteto", somente quatro delas estão próximas entre si. Segundo a Nasa, a imagem permitirá o estudo de fusões e interações entre galáxias, o que pode explicar a formação de sistemas planetares e outras estrelas.
4. Nebulosa Carina
É uma das nebulosas (nuvem de poeira espacial onde estrelas são formadas) mais brilhantes do céu.
O cenário, que parece uma cadeia de "montanhas" e "vales" repletos de estrelas, na verdade são a ponta de uma região de formação de estrelas, chamada NGC 3324.
Foi a primeira vez que registros invisíveis de áreas onde estrelas nascem foram capturados por infravermelho.
5. WASP-96B (espectro)
O James Webb fez um registro do espectro do exoplaneta (planeta que fica fora do sistema solar) WASP-96B. Até onde se sabe, ele é composto de gás e fica a 1.150 anos-luz da Terra. Com os dados, astrônomos podem ter detalhes da luz emitida em determinados comprimentos de onda e isso ajudará a revelar detalhes da composição química e formação do gigante de gás.
A observação revela a presença de moléculas de gás específicas com base em pequenas diminuições no brilho de cores precisas da luz.
6. Netuno e seus anéis
Novas imagens de Netuno, o último planeta do Sistema Solar, também forma registradas com a maior nitidez já vista.
Foram revelados detalhes até então invisíveis, como sua atmosfera, as faixas claras de poeira e a totalidade de seus anéis — como os de Saturno, mas muito tênues, que haviam sido observados apenas na década de 1980, quando a sonda Voyager 2 sobrevoou o planeta.
Também é possível ver sete das 14 luas conhecidas do planeta
7. Marte
A Nasa e a ESA (Agência Espacial Europeia) divulgaram também em setembro as primeiras imagens de Marte capturadas pelo James Webb.
Essa é uma "perspectiva única", que complementa imagens e informações que haviam sido coletadas anteriormente, disse a Nasa.
Em detalhe, é possível ver:
- Anéis da cratera Huygens, que possui cerca de 450 km de diâmetro;
- A bacia Hellas, de cor mais clara, que é uma grande cratera de impacto de um antigo asteroide;
- Syrtis Major, uma "mancha" escura na superfície do planeta, formada por rochas vulcânicas basálticas que não tem a "capa" de poeira vermelha do resto do planeta escura.
8. Júpiter
Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, não passou escondido. Suas imagens revelam detalhes em uma visão sem precedentes de fenômenos.
É possível ver os anéis do planeta (como os de Saturno, mas muito mais fracos), duas das menores de suas 79 luas (Amalthea and Adrastea, com 200 e 20 quilômetros de diâmetro, respectivamente) e auroras brilhantes nos polos norte e sul.
Ao fundo, galáxias distantes fazem uma participação especial. Já Grande Mancha Vermelha — uma tempestade enorme e eterna na turbulenta atmosfera de Júpiter — aparece como um grande círculo branco no canto inferior direito, por estar refletindo a luz do Sol.
9. Ampulheta gigante
Imagens de uma enorme nuvem de poeira em forma de ampulheta em torno de uma estrela em formação repercutiram por sua beleza. As nuvens, coloridas de azul e laranja, foram identificadas graças à câmera infravermelha (NIRCam) do telescópio.
A "protoestrela L1527" encontra-se numa nuvem escura, na região de formação estelar de Touro. Ela está escondida de vista dentro do "pescoço" da ampulheta. Sua luz, no entanto, é filtrada acima e abaixo da borda de um disco de gases giratório no nível desse "pescoço" e ilumina as cavidades dentro do gás e poeira circundantes, explicaram a Nasa e a ESA.
As partes azuis indicam as áreas onde a poeira é mais fina e as bolhas alaranjadas se formam nas partes mais grossas.
10. Pilares da criação
Outra bela imagem foi a dos "Pilares da Criação", gigantes estruturas de gás e poeira repletas de estrelas. O conjunto está localizadas a 6.500 anos-luz da Terra, na Nebulosa da Águia da Via Láctea, nossa galáxia.
"São ejeções de estrelas que ainda estão se formando, de apenas algumas centenas de milhares de anos", afirmou a Nasa.
A nova captura "ajudará os pesquisadores a renovar seus modelos de formação de estrelas, ao identificar contagens muito mais precisas de estrelas recém-formadas, junto com as quantidades de gás e poeira na região", destacou a agência.
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