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Xô, garrancho: Google quer usar IA para decifrar letra de médico em receita

Ler receita médica parece ser um problema global; Google quer usar inteligência artificial para ajudar a decifrar remédios prescritos - Getty Images
Ler receita médica parece ser um problema global; Google quer usar inteligência artificial para ajudar a decifrar remédios prescritos Imagem: Getty Images

Simone Machado*

Colaboração para Tilt, em São José do Rio Preto (SP)

22/12/2022 12h27Atualizada em 23/12/2022 11h01

Você já saiu do consultório médico com uma receita de medicamentos em mãos e ao chegar na farmácia o atendente não entendeu nada do que foi escrito pelo profissional? O Google promete acabar com esse problema através de um modelo de Inteligência Artificial (IA) para decifrar caligrafias difíceis de ler.

Durante sua conferência anual na Índia nesta semana, a empresa anunciou estar trabalhando com farmacêuticos em um modelo de aprendizado de máquina alimentado por IA que pode decodificar notas médicas escritas de forma ilegível e, assim, tentar evitar possíveis erros na hora da leitura e venda dos medicamentos.

O recurso fará parte do Google Lens — ferramenta multifuncional de reconhecimento de objetos com inteligência artificial que pode ser usada para detectar produtos, plantas ou espécies animais, por exemplo, e traduzir idiomas.

Atualmente, o Lens avalia, copia e cola caligrafias em seu smartphone ou computador e oferece automaticamente contexto e informações de suporte com base nesse texto através de seus recursos de pesquisa. No entanto, para transcrever as anotações manuscritas o recurso dependa da legibilidade da caligrafia.

A ferramenta de decodificação de prescrição em desenvolvimento funcionará de maneira semelhante. Os usuários poderão tirar ou fazer upload de uma foto de uma receita médica e, em seguida, o aplicativo processará a imagem, detectando os medicamentos listados e oferecerá automaticamente informações sobre esses itens.

Em um vídeo de apresentação do produto em desenvolvimento, o Google explicou que o foco dele é ajudar farmacêuticos — e não pessoas comuns — e acrescentou que a experiência do profissional é fundamental no desenvolvimento da nova tecnologia.

"Isso funcionará como uma tecnologia para digitalizar documentos médicos manuscritos. No entanto, nenhuma decisão será tomada apenas com base na saída fornecida por essa tecnologia", disse a empresa em comunicado ao site TechCrunch, afirmando que a tecnologia não substitui o trabalho humano.

Segundo o Google, ainda não há detalhes sobre quando o novo recurso de decifração de texto será lançado e estará disponível para ser baixado.

"Embora os resultados iniciais tenham sido animadores, ainda há muito trabalho a ser feito antes que este sistema esteja pronto para o mundo real", disse Manish Gupta, diretor de pesquisa do Google Índia, na apresentação.

*Com informações Google e TechCrunch