Inspire, expire: existe oxigênio em outros planetas além da Terra?
O oxigênio é um dos quatro elementos químicos principais que garantem a vida como a conhecemos. E a Terra é o planeta do Sistema Solar que mais possui oxigênio, que constitui cerca de 20% de nossa atmosfera. Mas ele existe em outros planetas também?
O oxigênio está presente na atmosfera terrestre há 2,5 bilhões de anos, como resultado do processo de fotossíntese, iniciado quando micro-organismos ancestrais respiraram gás carbônico e liberaram oxigênio. Cientistas apontam que, se a atmosfera de um planeta possuir grande quantidade de oxigênio, pode indicar a possibilidade de seres vivos fazendo fotossíntese, como algas e plantas.
Mas se a concentração for inferior a 16%, não há oxigênio suficiente para respirar. Marte, por exemplo, possui apenas 0,13% do gás na atmosfera, uma quantidade hostil para a sobrevivência.
O oxigênio na atmosfera é muito raro, mas já foi detectado, além de Marte, em Vênus e numa lua de Saturno. Só que a atmosfera nesses lugares possui tão pouco oxigênio diluído que se torna tóxica para humanos. Uma proporção maior tornaria a vida terrestre possível nestes ambientes.
De acordo com a Nasa, Europa, uma das luas de Júpiter, seria o lugar mais provável para abrigar vida fora da Terra, já que o satélite possui um enorme oceano líquido sob uma camada de gelo fina.
Um estudo comprovou que existe a presença de hidrogênio e oxigênio nesta Lua suficientes para a formação de vida. Mas ainda não existe nenhuma descoberta que comprove isso.
A força da água
Além do oxigênio, é preciso que as condições climáticas na superfície de um planeta sejam propícias para otimizar a evolução da vida. A água é ainda mais importante do que o oxigênio para detectar a possibilidade de vida. Sua presença indicaria uma temperatura mais equilibrada: caso a incidência de radiação seja muito forte, ela ferve e evapora; no caso de pouca luz, congela.
Os cientistas ainda estudam a possibilidade de encontrar oxigênio em exoplanetas, corpos celestes fora do sistema solar. A maioria deles é grande, gasoso ou quente demais para serem habitados. Um dos prováveis candidatos é o GJ 1132b, embora a vida seja praticamente impossível, já que sua temperatura chega a mais de 200 graus Celsius.
Em sua busca, a Nasa procura planetas que estejam na zona habitável de uma estrela. Eles são localizados em uma região delimitada pelo brilho de uma estrela (que garante o recebimento de energia) e possuem a distância ideal para que a temperatura possibilite a existência de água líquida em sua superfície, o que os torna candidatos a locais com vida.
Ainda estamos no início das descobertas sobre planetas habitáveis e prováveis vidas extraterrestres. Mas isso não significa que estamos perto de ver um planeta ser explorado por humanos. Por enquanto, a possibilidade de viajar até esses lugares existe apenas na ficção científica. Isso porque a distância até eles é impossível de ser atingida. Seriam necessários milhões de anos para uma nave espacial percorrê-las.
Fonte: Paulo Eduardo de Brito, professor de física da UnB (Universidade de Brasília).
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