Estrela devorada por buraco negro vira enorme rosquinha de gás; veja vídeo
Usando o Telescópio Espacial Hubble, astrônomos da Nasa conseguiram avistar os momentos finais de uma estrela, devorada por um buraco negro.
Ela virou uma enorme nuvem de gás quente e brilhante, em forma de rosquinha e do tamanho do nosso Sistema Solar, girando ao redor do buraco.
O encontro destruidor aconteceu a quase 300 milhões de anos-luz de distância da Terra — perto o suficiente para que os instrumentos ultravioleta do Hubble capturassem a luz emitida.
- Processo é chamado de "espaguetização", quando um corpo é esticado em um longo fio de matéria e vai se enrolando em camadas ao redor do buraco negro -- como macarrão em um garfo.
- Buraco negro é um lugar no espaço onde a gravidade é tão forte que qualquer objeto que chega perto o suficiente é "puxado"; nem a luz consegue escapar.
- O material atraído passa a girar em volta dele, em direção ao centro, e vai sendo "comido" aos poucos.
- O que vemos daqui é esta "rosquinha" (chamado disco de acreção) e a forte luz emitida conforme a estrela é devorada.
Veja esta animação da Nasa explicando o que aconteceu:
Registro valioso
Estima-se que, em qualquer galáxia com um buraco negro supermassivo em seu centro, esta dramática espaguetização de uma estrela aconteça uma ou duas vezes a cada 100.000 anos.
Apenas 100 fenômenos deste tipo — chamados evento de ruptura de maré (TDE, do inglês tidal disruption event) — já foram detectados por astrônomos, mas pouquíssimos deles foram registrados em luz ultravioleta.
Entenda melhor:
A explosão de material cria uma cortina de poeira que dificulta a visão do clarão de luz — porém, comprimentos de luz ultravioleta e infravermelho conseguem atravessá-la.
Os dados do Hubble podem nos dar pistas importantes sobre o que acontece dentro de um buraco negro. Com observações nos próximos meses, será possível analisar mudanças nas condições da estrela moribunda.
- Buracos negros são caóticos. Eles atraem estrelas através de sua grande força gravitacional mas, ao mesmo tempo, sua radiação interna acaba soprando o material para fora -- um movimento contraditório que causa a desintegração completa do astro.
- Apesar da reputação de comedores vorazes, a maior parte da matéria pode escapar; modelos estimam que apenas 1% de uma estrela típica é de fato engolida por um buraco negro.
"Nós ainda estamos tentando entender o evento. A estrela é destruída e então tem esse material que está entrando no buraco negro. Há modelos que acham que sabem o que está acontecendo, e então você tem o que realmente vê. Este é um momento empolgante para os cientistas: bem na interface do conhecido e do desconhecido", disse Peter Maksym, um astrônomo do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, em um comunicado da Nasa.
Os resultados foram relatados na 241ª reunião da American Astronomical Society, em Seattle, no estado de Washington (EUA).
*Com informações de Live Science e da Nasa
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