Robôs trabalharão no espaço em telescópio sucessor do James Webb
A Nasa está com planos ousados para estudar mundos distantes e buscar sinais de vida fora da Terra. A agência norte-americana revelou detalhes sobre seu novo supertelescópio, sucessor do James Webb (JWST) — que tem feito observações históricas desde o ano passado.
Apelidado de HWO (Habitable Worlds Observatory; ou Observatório de Mundos Habitáveis, em tradução livre), ele será equipado com novas tecnologias, incluindo robôs para fazer sua manutenção. A previsão de lançamento é em 2040.
O que se sabe sobre o HWO
- Terá um espelho maior do que o do James Webb, que tem 6,5 metros -- quanto maior o espelho, mais capacidade de observação;
- Seu objetivo principal é buscar exoplanetas (planetas fora do Sistema Solar) habitáveis;
- Vai operar em comprimentos de luz mais curtos e lidar com estrelas mais brilhantes;
- Ficará em uma órbita gravitacional a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, como o JWST -- parece longe, mas é uma pequena distância em termos astronômicos;
- Atualizações e reparos serão feitos por robôs, diretamente no espaço, para que tenha uma vida útil maior.
Reparos feitos por robôs
Manutenção é de extrema importância para um telescópio espacial, para que siga funcionando corretamente e não fique obsoleto. Isso ajuda no financiamento do projeto e na longevidade da missão.
O telescópio espacial Hubble, por exemplo, chegou a ser consertado por astronautas, que foram até lá em uma missão do ônibus espacial.
No caso do HWO, a ideia é que os robôs possam melhorá-lo, conforme as tecnologias de observação avancem na Terra.
Ainda não há uma concepção artística de como deve ser a aparência do novo telescópio. No projeto, os cientistas dizem que ele deve ter um formato entre o HabEx (previsto para 2035) e o Luvoir (previsto para 2039).
Estima-se que o HWO necessite um investimento US$ 11 bilhões — para comparação, o James Webb custou US$ 10 bilhões.
Sinais de vida alienígena
Um relatório divulgado pela Nasa, no final do ano passado, expressa o movimento para reviver o programa dos Grandes Observatórios.
O projeto lançou o Telescópio Espacial Hubble e diversos outros, entre os anos de 1990 e início de 2000. Para esta nova fase, o documento solicita um telescópio capaz de detectar sinais de vida em 25 exoplanetas semelhantes à Terra.
Agora, após anos na geladeira, a Nasa está dando prioridade para ser desenvolvimento.
A agência deve preferir usar tecnologias já testadas, como a de espelhos segmentados — compostos por várias peças, em vez de uma estrutura única — que provou sua efetividade no James Webb.
Os equipamentos do HWO têm desafios técnicos pela frente, pois terão operar em comprimentos de luz mais curtos — em comparação com o infravermelho do JWTS. Isso exigirá um controle rigoroso do espelho para atingir a precisão exata.
Além disso, terá de lidar com estrelas 10 bilhões vezes mais brilhantes do que o observatório Nancy Grace Roman, ainda a ser lançado, conseguirá observar. Para isso, é preciso desenvolver um novo coronógrafo — instrumento que permite a observação de objetos (como planetas rochosos) que ficam ao lado de outros muito brilhantes (como estrelas).
Assim, o HWO não deve ser o próximo telescópio espacial a ser lançado pela Nasa. Antes dele, o plano é enviar para o espaço o Roman, em 2027. Com 2,4 metros, seu objetivo é encontrar energia escura — forma de matéria que hipoteticamente esté por todo espaço, acelerando a expansão do Universo — e exoplanetas.
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