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Meteorito raro de quase 8 kg é encontrado na Antártida

Meteorito raro encontrado na Antártida - Divulgação/ Maria Valdes
Meteorito raro encontrado na Antártida Imagem: Divulgação/ Maria Valdes

Simone Machado

Colaboração para Tilt*, em São José do Rio Preto (SP)

19/01/2023 12h04Atualizada em 19/01/2023 12h04

Cinco novos meteoritos, incluindo um raro pesando 7,7 kg, foram encontrados na Antártida por um grupo de pesquisadores. Apesar de ser um dos lugares mais frios do planeta, o clima seco do local ajuda na preservação das rochas espaciais e a paisagem é ideal para a caça deles, já que elas se destacam facilmente no cenário congelado local.

Maria Valdes, cientista pesquisadora do Field Museum e da Universidade de Chicago (EUA), estima que, dos cerca de 45 mil meteoritos recuperados da Antártida nos últimos 50 anos, apenas cem são tão grandes quanto o encontrado pelo grupo.

"O tamanho não importa necessariamente quando se trata de meteoritos. Mesmo minúsculos micrometeoritos podem ser incrivelmente valiosos cientificamente. Mas é claro que encontrar um grande como este é raro e realmente emocionante", diz Valdes.

Valdes foi uma dos quatro cientistas da missão, liderada por Vinciane Debaille, da Université Libre de Bruxelles (Bélgica); a equipe de pesquisa foi completada por Maria Schönbächler (Suíça) e Ryoga Maeda (VUB-ULB).

Área ainda não explorada

O meteorito raro foi encontrado em uma área ainda inexplorada da Antártida. O local foi mapeado por imagens de satélite, segundo os pesquisadores.

"Explorar áreas desconhecidas é emocionante, mas também tivemos que lidar com que a realidade no terreno é muito mais difícil do que a beleza das imagens de satélite", acrescentou Debaille.

A viagem do grupo foi realizada no final de dezembro, quando é verão na Antártida e as temperaturas ficam em torno de -10° C.

Valdes afirma que passar dias andando de snowmobile, caminhando pelos campos de gelo e depois dormindo em uma barraca fizeram com que o clima do local parecesse mais extremo.

Os cinco meteoritos recuperados pela equipe serão analisados no Instituto Real Belga de Ciências Naturais.

Valdes diz que está ansiosa para ver o que as análises dos meteoritos revelam, porque "estudar os meteoritos nos ajuda a entender melhor nosso lugar no universo. Quanto maior for o tamanho da amostra que tivermos, melhor poderemos entender nosso Sistema Solar e a nós mesmos".

*Com informações Cnet e EurekAlert