'Dinamite na Shopee': como rastro de busca na web já complicou criminosos
Preso por planejar a tentativa de atentado a bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, deixou rastros na internet que auxiliaram na investigação de sua autoria no crime.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, ele pesquisou "dinamite" na internet dias antes do crime. Em uma das buscas, o termo foi buscado na Shopee, o que virou uma das evidências levantadas contra ele na investigação, revelou o site Metrópoles.
O histórico na internet em celulares ou computadores usados por suspeitos de crimes é cada vez mais usado como elemento de prova em investigações policiais. Tilt destaca a seguir como os rastros deixados por criminosos na web acabaram ajudando a levá-los para cadeia.
Google: "Assassino onde achar"
Filha da ex-deputada federal Flordelis, Marzy Teixeira da Silva, tinha uma tarefa para cumprir no plano que matou o pastor Anderson do Carmo.
De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, Marzy era responsável por contratar alguém para assassinar a vítima. Para isso, a suspeita usou o Google. A investigação descobriu que ela pesquisou os seguintes termos:
- Assassino onde achar
- Alguém da barra pesada
- Barra pesada online
Além disso, ela também buscou por venenos:
- Veneno para matar pessoa que seja letal e fácil de comprar
- Cianeto de cobre
Anderson do Carmo chegou a ser levado ao hospital por pelo menos cinco vezes.
Caso Marielle: pesquisa sobre vereadora e armas
O ex-policial militar Ronnie Lessa, suspeito de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, deixou vários vestígios na internet sobre a sua conduta.
A Polícia Civil não chegou a divulgar os termos exatos buscados por Lessa, mas disse que ele pesquisou sobre:
- Histórico político de Marielle
- Endereços e agendas políticas de Marielle
- Nomes de promotores de Justiça que apuram crimes cometidos por PMs
- Políticos de esquerda
- Metralhadora MP5, armamento que teria sido usado no crime
- Silenciadores usados na metralhadora
- Adesivos antirradar
- Como desfazer a sincronização do Google Chrome
Ao jornal Extra, a promotora Simone Sibílio, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), revelou que a análise do histórico de pesquisa de Lessa aponta que ele tem "um perfil reativo a causas de esquerda".
Em uma das buscas, ele clicou em uma imagem da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) decapitada.
Pesquisa por sedativos
Alexandra Dougokenski, que admitiu ter matado o filho Rafael Winques, de 11 anos, em junho de 2020, em Planalto (RS), pesquisou sobre sedativos na internet dias antes de cometer o crime. O caso também repercutiu na ocasião.
A investigação da Polícia Civil gaúcha apurou que a mãe pesquisou pelo termo "boa noite cinderela", composição capaz de deixar qualquer pessoa em condição de vulnerabilidade e sem os sentidos.
Em depoimento de confissão, a mãe afirmou que deu dois comprimidos ao filho. O corpo foi achado em uma caixa de papelão em uma casa próxima da família.
"Como matar em 3 segundos"
Uma morte rápida. Foi isso que motivou o brasileiro Patrick Nogueira a fazer uma pesquisa macabra na internet para matar o tio, a mulher dele e dois primos, em 17 de agosto de 2016, em Pioz, na Espanha.
A polícia do país europeu informou que dias antes de cometer o crime, Nogueira pesquisou na internet o termo "como matar alguém em três segundos", o que reforçou a premeditação da chacina.
Ele confessou o crime, foi preso e condenado à prisão perpétua.
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