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Fora da crise: por que Apple não teve demissões em massa até agora?

Phill Danze/iStock
Imagem: Phill Danze/iStock

Nicole D'Almeida

Colaboração para Tilt*, de São Paulo, SP

24/01/2023 13h54Atualizada em 26/01/2023 10h14

A Apple é uma das poucas big techs que ainda não cortou um grande volume de funcionários. Desde novembro de 2022, demissões em massa têm sido anunciadas por grandes empresas de tecnologia. Só a Microsoft e o Google oficializaram, na semana passada, o fim de 10 mil e 12 mil contratos de trabalho, respectivamente.

A última grande demissão em massa pela qual a Apple passou aconteceu em 1997, um pouco antes de Steve Jobs voltar a empresa e substituir Gil Amelio, como chefe-executivo. Foram 4.100 funcionários demitidos com o intuito de cortar custos.

Segundo o Layoffs.fyi, site que rastreia cortes no setor de tecnologia, 200 mil demissões já ocorreram desde o início de 2022.

Por que a Apple não demitiu ainda?

Enquanto as outras gigantes da tecnologia aumentaram seu quadro de funcionários durante a pandemia, entre setembro de 2019 e setembro de 2022, a Apple decidiu ser mais contida nas contratações. Isso pode ter uma das resposta, segundo reportagem do The Wall Street Journal.

  • Amazon dobrou o seu número de colaboradores;
  • Microsoft registrou um aumento de 53%;
  • Alphabet (controladora do Google) ampliou para 57%;
  • Meta (ex-Facebook) 94%.

A Apple contratou apenas 20% nesse período.

Além disso, companhia congelou as contratações após demitir 100 empregados, de um total de 164 mil, em agosto do ano passado. Os funcionários em questão eram profissionais responsáveis por contratar pessoas da área de tecnologia.

Outros motivos

Sem comida de graça. A companhia, por exemplo, não oferece almoço gratuito para funcionários no Apple Park, campus corporativo da empresa. Aqueles que quiserem comer por lá devem pagar pela comida, diferentemente do que acontece no Google e na Meta.

Investimentos mais tímidos. A Meta já gastou bilhões de dólares em seus Reality Labs para suas novas ambições no Metaverso. O que a Apple tem feito, ao menos em sua linha de celulares, é oferecer inovações graduais. Nada muito radical — o que pode explicar investimentos menores e, consequentemente, menos gastos.

A companhia até trabalha em óculos de realidade aumentada (RA), que devem ser apresentado nos próximos meses, e em seu Apple Car. Contudo, ela parece não tem como objetivo seguir as novidades anuais de seus concorrentes. Ou seja, tendo um produto diferente em cada setor.

*Com informações de The Wall Street Journal

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, a Apple trabalha na produção de óculos de realidade aumentada, não fones de ouvido de realidade aumentada. Informação já foi corrigida.