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Artifact: 'TikTok do textão' é a nova aposta dos criadores do Instagram

Criadores do Instagram apostam numa rede social voltada para textos - Ketut Subiyanto/Pexels
Criadores do Instagram apostam numa rede social voltada para textos Imagem: Ketut Subiyanto/Pexels

Ana Paula Coelho

Colaboração para Tilt*, em Salvador

01/02/2023 17h44

Você entraria numa nova rede social em que tudo o que o seu feed prioriza são notícias, estórias e artigos? Os criadores do Instagram acreditam que sim. Esta é a ideia do Artifact, um novo app que quer ser o "TikTok do texto".

A plataforma está sendo desenvolvida por Kevin Systrom e Mike Krieger, pais da rede social das selfies, que estão trabalhando neste novo projeto desde em 2018, quando saíram do Facebook.

Não é nenhum segredo que o TikTok vem tomando espaço e audiência de plataformas digitais famosas, o que forçou as gigantes do setor a modificarem seus formatos para abrigarem vídeos curtos na vertical — a marca registrada da concorrente.

Mas o caminho da dupla Systrom e Krieger é um pouquinho diferente: eles analisaram a inteligência artificial do TikTok, que se orienta muito mais pelas preferências dos usuários do que por número de seguidores, e aplicaram ela para texto ao invés de vídeo.

Rede nova, 'jeitão' antigo

Se tudo sair como o planejado, o Artifact deverá ser uma rede social com o estilo dos anos 2000 e a tecnologia de hoje.

Assim como na maioria das redes, o app terá um feed de notícias, que exibirá as publicações, mas também notificações postadas pelos seguidores, que poderão fazer comentários pessoais sobre os textos em questão. Os usuários também conseguirão trocar mensagens privadas.

A diferença está na distribuição de conteúdo: os algoritmos irão priorizar o tempo de leitura dos usuários, beneficiando conteúdos que atraiam a atenção dos leitores ao invés de cliques ou likes.

À medida que aprende mais sobre as preferências de leitura de uma pessoa, o aplicativo também mostrará publicações semelhantes em tempo de leitura e tema.

Sem fake news

Mesmo utilizando inteligência artificial para a personalização, os criadores dizem que a seleção das empresas de comunicação que irão participar do Artifact será feita "de maneira mais subjetiva" e não só com inteligência artificial. A promessa é de manter uma qualidade editorial e pluralidade, evitando editorias acostumadas com notícias falsas.

A plataforma está programada para remover postagens individuais de conteúdo falso e enganoso, segundo os criadores.

Por enquanto, o Artifact não foi lançado oficialmente — mas a lista de espera está aberta. Os inscritos poderão ser os primeiros a experimentar a rede social após a fase de testes.

*Com informações de CNet e Platformer