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Fim da mamata? Ferramenta dedura se texto foi escrito com ajuda de IA

Lionel Bonaventure/AFP
Imagem: Lionel Bonaventure/AFP

Thiago Varella

Colaboração para Tilt*, de São Paulo

01/02/2023 13h10

O uso do ChatGPT nas escolas e universidades tem deixado professores preocupados com a possibilidade de os alunos utilizarem a Inteligência Artificial (IA) para fazer trabalhos e provas.

Para contornar isso, a OpenAI, responsável pelo ChatGPT, lançou nesta segunda-feira (30) uma ferramenta que ajuda a apontar se um determinado texto foi escrito por um humano ou por uma máquina.

A ferramenta funciona assim: o usuário copia uma parte do texto e o sistema classifica se é provável ou não que tenha sido escrito por um sistema de IA por meio de uma escala de resultados de cinco pontos:

  1. Muito improvável de ter sido gerado por IA;
  2. Improvável;
  3. Incerto;
  4. Possível;
  5. Provável.

A nova ferramenta ainda funciona melhor com textos em inglês e amostras com mais de mil palavras. Por enquanto, o sistema não analisa códigos de programação.

Sistema não é perfeito

A OpenAI afirma que a novidade é significativamente melhor em determinar se um conteúdo foi ou não criado por IA do que uma ferramenta lançada anteriormente por outra empresa.

Mesmo assim, a criadora do ChatGPT alerta que o novo sistema não é perfeito e que o desempenho pode variar de acordo com a semelhança do texto analisado com os tipos de escrita que a IA foi treinada.

A OpenAI também estuda maneiras para ajudar as pessoas a distinguirem textos gerados pelo ChatGPT — como aplicando uma "marca d'água" nos conteúdos, por exemplo.

ChatGPT preocupa universidades

A facilidade em gerar textos de diversos tipos fez com que várias escolas e universidades adotassem medidas para evitar que os alunos utilizem o ChatGPT em trabalhos e provas.

Em Nova York e Seattle, nos Estados Unidos, algumas escolas públicas já proibiram a inteligência artificial em suas redes, e várias universidades anunciaram planos para que os estudantes façam menos tarefas em casa e mais provas orais e artigos escritos à mão.

Na França, a Sciences Po (Instituto de Estudos Políticos de Paris), uma das melhores universidades do país, proibiu terminantemente o uso do ChatGPT, sob punição de expulsão do aluno da universidade — ou mesmo do ensino superior francês como um todo. Parte disso se dá por conta da origem das informações da Inteligência Artificial não ser clara, o que pode levar a fraudes e plágio.

Se parece exagero, para as instituições de ensino, não é: recentemente, o ChatGPT foi aprovado em uma prova de MBA da Wharton Business School, vinculada à Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

De acordo com um professor da universidade, Christian Terwiesch, a inteligência artificial não apenas passou no exame final da disciplina Operations Management ("gerenciamento de operações", em tradução livre) como também deu respostas corretas e "excelentes" em suas explicações.

(*) Com informações de The Hill e Axios