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Este é o primeiro filé cultivado em laboratório, e o sabor surpreende

Criado em laboratório, bife suíno teve sabor aprovado; mercado de carnes sintéticas deve crescer até 2030 - Divulgação 3DBT
Criado em laboratório, bife suíno teve sabor aprovado; mercado de carnes sintéticas deve crescer até 2030 Imagem: Divulgação 3DBT

Gabriel Dias

Colaboração para Tilt, em Macapá

08/02/2023 13h03

Uma startup britânica produziu o primeiro bife do mundo totalmente cultivado em laboratório. O filé foi criado a partir de células extraídas de porcos.

O resultado tem 9 cm de largura, 4 cm de comprimento e 1 cm de altura.

O que rolou

  • A criação foi da 3D Bio-Tissues (3DBT), uma empresa de biotecnologia com sede em Newcastle.
  • As células foram cultivadas, divididas e transformadas em bife.
  • Ao invés de usar soro fetal bovino na composição, a empresa optou por um reforço celular independente e patenteado chamado "City-mix", que fornece integridade estrutural à carne.
  • Um dos motivos para isso é que o soro fetal bovino é envolto em polêmicas, já que é um líquido feito a partir de fetos bovinos cuja função é estimular o crescimento celular.

E o sabor?

De acordo com a 3DBT, o produto passou no teste com louvor. O bife, disse a empresa, replicou o sabor, a textura e a aparência de um filé de carne de porco "de verdade".

"Estamos absolutamente encantados com a aparência, sabor, aroma e textura da nossa carne de porco cultivada, que é a primeira vez que provamos totalmente nosso produto", disse Che Connon, CEO da startup, em um comunicado.

Executivos experimentam carne de porco criada em laboratório - Divulgação 3DBT - Divulgação 3DBT
Executivos experimentam carne de porco criada em laboratório: "excedeu as expectativas"
Imagem: Divulgação 3DBT

"Nosso filé livre de crueldade excedeu nossas expectativas em todos os aspectos, e estamos extremamente animados com o progresso tecnológico que estamos fazendo e o impacto que isso poderia ter em nossa indústria", concluiu Connon.

A CE Delft, uma empresa de pesquisa independente, estima que a produção desse tipo de carne causa um impacto ambiental consideravelmente menor do que os meios tradicionais.

Em comparação, esse método causa 92% menos aquecimento global e 93% menos poluição do ar. Além disso, há economia de recursos, como 78% menos água, e de espaço, já que produzir esse tipo de carne usa 95% menos terra.

E o futuro parece promissor para empreitadas do tipo. Segundo a empresa de consultoria McKinsey, o mercado de carne cultivada poderá movimentar US$ 25 bilhões até 2030.