Redes sociais e mapa de calor: como tecnologia ajuda em resgates na Turquia

O terremoto que devastou cidades na Turquia e Síria na última segunda-feira (6) já deixou mais de 23 mil mortos até o momento. Contudo, outras milhares de pessoas seguem desaparecidas e mais de 50 mil ficaram feridas devido aos tremores.

Dentre todas as formas de apoio empregadas para encontrar sobreviventes, voluntários da área de tecnologia estão desenvolvendo ferramentas para auxiliar nos resgate aos que ainda estão com vida em meio aos escombros.

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Furkan Kiliç, engenheiro fundador da startup de software Datapad, e Eser Özvataf, CTO da empresa, começaram a reunir voluntários no Twitter para criarem um projeto que auxiliasse nas buscas. Em poucas horas, organizaram o movimento Earthquake Help Project ("Projeto de Ajuda ao Terremoto", na tradução livre).

De acordo com os responsáveis, os programas desenvolvidos já receberam mais de 100 mil visitas ate o momento.

"Recebemos mensagens de que pessoas estão sendo encontradas nos escombros e salvas por causa desses aplicativos. Este é o impacto real que esperávamos", afirmou Kiliç ao Wired.

Aplicativos e sites contra o desastre

Para desenvolver produtos e ajudar as pessoas, Kiliç e Özvataf criaram um canal no Discord para determinar o fluxo no trabalho. Em poucas horas, contavam com 15 mil desenvolvedores dispostos a utilizar a internet na busca por sobreviventes.

Inicialmente o projeto estava funcionando apenas na Turquia, mas os responsáveis já direcionaram esforços para conectar com ONGs na Síria.

"Muitas pessoas se candidataram ao mesmo tempo para ajudar e temos estilos de trabalho diferentes. Às vezes, tem sido um desafio organizar todos com uma função", afirmou Kiliç ao Wired.

O primeiro aplicativo colocado no ar pelos desenvolvedores vasculha as redes sociais para encontrar pedidos de ajuda. Ao registrar o pedido, os desenvolvedores alimentavam um mapa de calor para que os socorristas identificassem onde as pessoas estavam.

Os especialistas também criaram um portal que pode ser utilizado tanto por vítimas quanto por voluntários. Nele, pessoas afetadas pelo terremoto podem relatar se estão seguras ou se precisam de ajuda. Já os voluntários podem fazer doações online ou ainda encontrar pontos onde podem levar ajuda.

Ao Wired, Kiliç afirmou que uma das dificuldades do projeto é conseguir acelerar o tempo de carregamento das páginas desenvolvidas, já que as conexões de internet foram interrompidas nas áreas afetadas.

"A tecnologia é incrivelmente poderosa", afirma o engenheiro. "Se combinarmos a tecnologia com o trabalho das equipes de resgate, podemos ajudar as pessoas mais rapidamente. Com esta tecnologia, podemos acabar salvando mais vidas."