Aparelho que rastreia celular ajudou a resgatar 3 crianças no Litoral Norte
As fortes chuvas que atingiram o Litoral Norte de São Paulo no último final de semana contabilizam quase 50 pessoas mortas e dezenas de desaparecidos até o momento, a maioria soterrada após o deslizamento de terras.
Um equipamento da Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações) está sendo usado nas buscas para detectar locais com maior concentração de sinal de celular. Segundo o órgão, oito pessoas já foram encontradas graças à ajuda do dispositivo, sendo três crianças e cinco corpos.
Como a tecnologia funciona
De acordo com a agência, trata-se de um analisador de espectro. Na prática, ele é um sensor de ondas eletromagnéticas transmitidas no local. Junto a ele é acoplada uma antena diretiva, que ajuda a identificar a direção do sinal detectado.
O equipamento serve como um recurso adicional aos trabalhos de equipe de resgate. Como em alguns locais houve forte deslizamento de terra, muitas vezes não era possível identificar, por exemplo, se existiam pessoas nas áreas atingidas.
Esse analisador de espectro serve, então, para sinalizar aos profissionais de resgate que há sinal de celular em uma área em específico.
A partir disso, as buscas conseguem ser mais direcionadas, já que possíveis vítimas soterradas podem estar fisicamente perto de seus celulares.
Apesar do uso para localizar pessoas no Litoral Norte de São Paulo, a Anatel explica ainda que equipamentos do tipo são de uso cotidiano, pois ajudam a monitorar interferências em serviços de comunicações, como serviço móvel pessoal, radiodifusão, além de transmissão de televisão e de rádios.
Não é a primeira vez que o aparelho é usado. No desabamento do edifício Andrea, em Fortaleza (CE), em 2019, um equipamento semelhante foi utilizado para ajudar a encontrar mortos e sobreviventes.
Como assim usam o sinal do celular?
Mesmo parados em nossos bolsos, os aparelhos celulares ligados ficam a todo momento se conectando com estações de transmissões das operadoras, mesmo quando não há sinal disponível numa região — a Anatel estima que 6% das redes do Litoral Norte foram afetadas, sendo a cidade de São Sebastião a mais comprometida com as fortes chuvas.
Os técnicos da Anatel, então, caminham pelas regiões afetadas com o analisador de espectro e chamam a equipe de busca quando detectam um sinal forte de telefonia.
Na sequência, vem um cão farejador para confirmar a existência de que há pessoas nos pontos identificados.
Por fim, uma equipe especializada em escavação é acionada para verificar se existe alguém no local. Em caso afirmativo, inicia-se o processo de retirada de vítima(s).
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