Voluntários usam drones para auxiliar bombeiros no litoral norte de SP
Pilotos voluntários de drones estão ajudando militares do Corpo de Bombeiros na procura por desaparecidos na Barra do Una, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Os dispositivos servem para monitorar os locais afetados pelos deslizamentos de terra, sinalizar potenciais novos riscos geológicos e dar mais segurança nas buscas.
Até a tragédia os profissionais usavam seus equipamentos para registrar as belezas naturais da região.
"A inspeção área é muito mais segura. Nós fazemos mapeamento das áreas atingidas para ver se não há riscos de novos deslizamentos de terra. Repassamos as informações para as equipes dos bombeiros e da Defesa Civil para que eles possam liberar as equipes de terra a irem a esses locais", afirma Romulo Venâncio, um dos pilotos voluntários.
Venâncio é dono de uma empresa que faz filmagens aéreas, em São Vicente (SP), e está desde o início da semana ajudando os militares nas buscas.
Como são os drones
Os drones usados no litoral norte sobrevoam a altitude de 120 metros. Eles são capazes de fazer imagens de alta qualidade a até 10 km.
O trabalho começa às 6h e vai até o final do dia, quando acaba a luminosidade natural. Em caso de chuva, os sobrevoos também são interrompidos.
As imagens são captadas pelos equipamentos são usadas da seguinte maneira:
- Mapear estruturas geológicas para verificar se há novos riscos de desabamento.
- Mapear as casas que estão em área de risco.
- Identificar pontos onde pode haver desaparecidos.
- Monitorar áreas interditadas ou alagadas.
Ajuda para prevenir novos desastres
Os drones podem ser usados ainda para prevenir desastres através do monitoramento preventivo de encostas e até mesmo servindo como ferramenta no estudo do ecossistema do local.
Os registros fotográficos ajudam a acompanhar dia a dia a situação dos locais de risco e das áreas de difícil acesso por via terrestre. Assim, permite identificar com antecedência possíveis irregularidades e modificações no solo.
"Drones são versáteis, mas ainda subutilizados. Eles podem observar a situação de cada local, dando perspectivas que os satélites não fazem. Eles podem pairar, medir, monitorar e enviar dados em tempo real dessas áreas, explica o professor Tiago Nascimento, membro sênior do IEEE (Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos).
"Se bem empregados, eles podem ser uma ferramenta poderosa para monitorar, prevenir e responder a esses desastres naturais", ressalta ele, que também é pesquisador em robótica da UFPB (Universidade Federal da Paraíba).
Sensor de movimento
Além dos drones, outra tecnologia que pode ser usada na prevenção de tragédias é o sensor de movimento.
Com uma bateria que recarrega com energia solar, ele é construído para detectar movimentos a partir de 5 graus de inclinação em três eixos diferentes.
"O equipamento entende que há uma fissura iniciando no solo ou um começo de rachadura, o que pode indicar um futuro desabamento daquela área. Assim, com as autoridades sendo comunicadas, podem agir para retirar as pessoas daqueles locais, evitando mortes", explica Pedro Curcio, diretor-executivo da iNeeds, startup focada em soluções para cidades inteligentes.
O sensor pode ser instalado em áreas de risco a partir do mapeamento da Defesa Civil. Sua bateria dura, em média, 5 anos.
No ano passado, a empresa foi selecionada para realizar o monitoramento em tempo real das encostas de Petrópolis (RJ), visando encontrar formas de evitar deslizamentos de terra como os que deixaram centenas de mortos em 2022.
Poucos dias depois da instalação, sob forte chuva, o primeiro alarme ativado pelos sensores levou a Guarda Civil a evacuar os moradores de áreas de risco com sucesso, conta Curcio.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.