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WhatsApp bane 8 milhões de fakes ao mês; Brasil é um dos líderes de contas

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Imagem: Reprodução

Colaboração para Tilt, em Porto Alegre (RS)

02/04/2023 19h08

Cerca de oito milhões de contas são banidas todos os meses no WhatsApp, em todo o mundo, por aquilo que é considerado "comportamento não-autêntico", revelou Guilherme Horn, diretor do aplicativo na América Latina, durante o evento South Summit, na última quinta-feira (30).

Não permitimos o uso do serviço para fins ilícitos ou não autorizados, incluindo para violar direitos de terceiros ou passar-se por outra pessoa. A empresa oferece mecanismos para que seus usuários se protejam de golpes na plataforma e recomenda a ativação da confirmação em duas etapas, que funciona como uma camada extra de segurança para as contas.
Guilherme Horn

Ele diz ainda que a big tech tem apostado em campanhas e parcerias para alertar usuários sobre golpes e ensinar sobre segurança em plataformas digitais. A estimativa é sejam dois bilhões de usuários em todo o mundo.

No Brasil, o WhatsApp tem um alcance que não se observa em outros países do mundo, sendo um dos líderes em número de contas — e, consequentemente, também de banimentos. Um estudo da Mobile Time/Opinion Box calcula que 99% dos aparelhos smartphones brasileiros hoje tenham o app de mensagens instalado.

Guilherme Horn é o chefe do WhatsApp para a América Latina - Divulgação - Divulgação
Guilherme Horn é o chefe do WhatsApp para a América Latina
Imagem: Divulgação

Sobre a forma de se comunicar com clientes, o diretor citou exemplos de empresas que têm testado o uso da plataforma de inteligência artificial ChatGPT, em respostas pelo WhatsApp. A tecnologia, porém, é usada junto a recursos humanos, sem substituir os atendentes.

"Já estamos vendo empresas testando a integração com o Chat GPT, como uma instituição financeira no Brasil, por exemplo. Nessa integração, o
Chat GPT é utilizado pelos atendentes para melhorar seu atendimento, permitindo conversas com mais qualidade e maior escala. Essa combinação ajudará a desenvolver interações de mensagens mais personalizadas entre usuários e empresas e estamos entusiasmados com o que isso pode trazer para o WhatsApp Business."

Guilherme Horn, em entrevista a Tilt

Negócios

No evento na capital gaúcha, focado em debates sobre tecnologia e inovação, Horn também falou sobre o uso dos serviços para empresas. A Tilt, em entrevista por e-mail, ele citou outro estudo, feito pela Kantar BrandZ no ano passado, que afirma que 60% das empresas mais valiosas do Brasil utilizam a API para negócios.

Voltada a médias e grandes empresas, a API é a única plataforma paga no WhatsApp hoje. Além dela, há um aplicativo para contas comerciais (WhatsApp Business) e outro para contas usadas por pessoas físicas (o que temos normalmente em nosso celulares), ambas gratuitas.

Criado em 2018 para pequenas empresas, o app Business tem cinco milhões de contas ativas no Brasil, com um salto durante a pandemia de covid-19, relembra o diretor.

A mesma pesquisa da Kantar mostra que 77% dos adultos brasileiros dizem que mensagens são sua forma preferida de comunicação com empresas, número acima da proporção mundial (66%). E 82% dos brasileiros dizem querer se comunicar com empresas da mesma forma que se comunicam amigos ou familiares, por meio de mensagens.

Ao público em Porto Alegre, Horn destacou, porém, que é necessário que as empresas criem novos processos para esse tipo de comunicação, evitando apenas importar modelos usados em outras plataformas, como call centers, e-mails ou sites.

"O WhatsApp permite uma interação mais próxima e personalizada e essa é a expectativa dos consumidores. Ou seja, para que o canal conversacional seja bem-sucedido, é importante que as empresas trabalhem o seu conteúdo para que ele seja relevante, respeitando dia, horários e contextos adequados, fazendo sentido para o momento daquele cliente", explicou a Tilt.

Vale ressaltar que no WhatsApp o usuário está sempre no controle. Isso significa que ele sempre terá a opção de escolher ou não receber mensagens de uma empresa e pode bloquea-la.
Guilherme Horn