Filtro de linha ou régua extensora? Como escolher o melhor evita incêndios

Você provavelmente já precisou usar algum tipo de extensão de tomada para ligar algum eletrodoméstico em casa. Mas sabia que, se você comprou uma régua extensora pensando ser um filtro de linha, provavelmente fez um mau negócio?

Em essência, os dois cumprem funções similares. Mas, no fundo, possuem propósitos diferentes. Saber diferenciar um equipamento do outro na hora de comprar pode evitar dores de cabeça.

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Para que serve um filtro de linha?

Ao contrário do que muitos pensam, a função do filtro de linha não é apenas multiplicar o número de tomadas de modo a permitir que mais equipamentos elétricos possam ser ligados.

Como o próprio nome diz, o equipamento tem como principal função filtrar o sinal que vem da rede elétrica. Ou seja, limar possíveis interferências. Quem mora em casas antigas já deve ter percebido que alguns equipamentos acabam influenciando no funcionamento de outros. Você já ligou o liquidificador e percebeu alguns chuviscos na TV? É esse tipo de interferência que o filtro de linha evita.

Um filtro de linha pode usar indutores e capacitores para filtrar ruídos de alta e de baixa frequência. Por exemplo, no caso de motores rotativos que são ligados nas tomadas, é interessante ter um filtro de linha indutivo para não 'sujar' a rede
Ely Antonio Tadeu Dirani, professor dos cursos de engenharia da PUC-SP

Além disso, os filtros de linha protegem os equipamentos eletrônicos dos chamados surtos de tensão, como os que são gerados por um raio, por exemplo. Para isso, eles são equipados como um fusível ou um disjuntor.

O fusível vai proteger o circuito contra sobrecargas e interromper o fornecimento de energia, enquanto o disjuntor é um equipamento magnético que, quando há uma sobrecarga, abre o circuito e corta a passagem
Talitha Nicoletti, professora de Engenharia Elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Como identificar se estou comprando um bom aparelho?

Um dos pontos mais importantes é verificar se o produto que foi certificado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). A entidade analisa algumas amostras, verifica a qualidade dos sistemas e dispositivos internos e avalia os sistemas de proteção. Além disso, ela também faz ensaios elétricos nesse dispositivo.

Também é preciso observar as especificações do aparelho, como a tensão elétrica (se é 127 ou 220 volts), a corrente elétrica que fornece (se é de 10 ou 20 amperes). E, segundo aconselha a professora Talitha Nicoletti, "nunca extrapolar nas informações que o fabricante fornece".

Sugestões de filtros de linha

Filtro de linha Multilaser

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Filtro de linha Colibeu

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Filtro de linha Intelbraz

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Filtro de linha iClamper

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Quais os cuidados ao usar filtros de linha?

Um dos grandes riscos ao utilizar filtros de linha (e extensores de tomada, de maneira geral) é sobrecarregar o equipamento. Isso irá aquecê-lo e pode até mesmo gerar um incêndio. Por isso, é importante se atentar aos equipamentos que serão conectados nele.

Alguns itens como geladeira, cafeteira e até mesmo um secador de cabelo requerem uma potência mais alta. Segundo Talitha, o equipamento deve ficar em local livre, sem que esteja coberto por móveis, toalhas, tapetes ou qualquer item que impeça a circulação de ar.

Como detectar possíveis problemas e quais os riscos?

Um dos sinais mais importantes para saber se o equipamento está sobrecarregado ou não é o calor. Ao conectar equipamentos que requerem muita potência, é possível que o filtro de linha comece a esquentar acima do normal.

Se isso ocorrer, você deve desplugar o filtro de linha imediatamente da tomada. O incêndio é o pior dos cenários, mas, segundo os especialistas, é possível que o filtro de linha danifique as tomadas — e gere a dor de cabeça de ter de fazer a manutenção.

Por que utilizar filtro de linha e não uma régua?

Muitos equipamentos vendidos como filtro de linha são, na verdade, apenas uma régua extensora de tomadas. Ou seja, funcionam apenas para aumentar a quantidade de aparelhos conectados no local, mas não fornecem segurança alguma.

"A régua funciona como se fosse uma extensão. Digamos que é um benjamin bem melhorado. O benjamim é perigoso e não deveria ser usado por ninguém", afirma o professor Ely Antonio Tadeu Dirani. O problema é que, dependendo de quantos equipamentos você conecta em uma régua comum, ela sobrecarregará a tomada. Para compreender melhor, aí vai uma analogia.

Os fios funcionam como se fossem uma mangueira de água. O diâmetro de uma mangueira permite uma determinada vazão. Se você quiser mais do que isso, precisa trocar o equipamento. Com o fio, ocorre algo parecido, explica Dirani.

"Se você quer apenas ligar em um local mais distante, pode usar a extensão. Agora, se quer proteger um aparelho, o ideal é o filtro de linha", finaliza Thalita Nicoletti.