De vibrador em sexo oral online a cena em HD: como camgirls usam tecnologia
O casal formado pela estudante de cinema Andrea* e o engenheiro Cauê* nunca havia tido experiência com "camming", a prática de transmitir online apresentações sensuais e sexuais, nem com o mercado de entretenimento adulto. Quando a pandemia da covid-19 veio, os dois precisaram se virar para ter alguma renda. Foi na internet que Andrea descobriu o mundo das camgirls.
No primeiro ano, fazíamos de R$ 7 mil a R$ 15 mil por mês. Então, resolvemos abrir um estúdio no ano seguinte, em 2021, o Piatra
Andrea e Cauê
O casal, que prefere o anonimato por receio de retaliações da família, faz parte de um movimento recente. São novos adeptos de plataformas de entretenimento adulto em tempo real que, por trás das webcams, surfam na introdução de tecnologias cada vez mais interativas, como vibradores que respondem a comandos. Além de permitir trabalhar no conforto de casa e melhorar a qualidade das transmissões, elas elevam os ganhos financeiros quando usadas.
Por trás das transmissões sensuais
Fluente em inglês, Andrea consegue se destacar no mercado, pois muitos clientes são estrangeiros. Os conhecimentos em fotografia e cinema ajudaram. Já Cauê lida com as questões de internet, transmissão, qualidade da imagem e outros aspectos envolvendo tecnologia.
E engana-se quem pensa que o estúdio físico se resume aos cenários. A lista de equipamentos necessários para quem deseja produzir conteúdo erótico de forma profissional é grande:
- Computadores com processamento Intel Core 10ª geração
- placa de vídeo extra
- HD SSD
- webcam Full HD com suporte para aproximar o aparelho da cama
- iluminação especial
- teclado com touchpad
- cadeiras especiais para as performances
- Internet de fibra óptica de 500 MB, para garantir estabilidade e qualidade das transmissões
"Quem trabalha de casa, especialmente quando começa, acaba sendo muito amador. Só que a qualidade das imagens e da internet influencia o valor final do trabalho. Quanto melhor o conteúdo, mais o cliente paga em gorjetas por minuto assistido", conta Andrea.
Os shows, que acontecem ao vivo de São José dos Pinhais (PR), são transmitidos para um site romeno chamado Streamate. Para quem está fora da região, o casal oferece um estúdio virtual, que fornece orientações e direcionamentos para as modelos. Mas os equipamentos devem ser da própria camgirl.
"Neste caso, nosso diferencial é auxiliar na produção e transmissão, explicar como funciona a plataforma, como atender os clientes e orientações sobre fotografia", diz a proprietária do Piatra.
De casa, Cauê fica responsável pelos bastidores das lives. Além de auxiliar sobre e estética da imagem e os melhores ângulos da câmera, ele trabalha durante as transmissões na tradução simultânea para as modelos que falam inglês. Usa softwares como o QTranslate. Também em tempo real, ele corrige a luz e a imagem com programas de edição usados por streamers.
Todo esse processamento é feito através do Anydesk, programa que fornece acesso remoto independente da plataforma a computadores pessoais.
Plataformas de streaming adulto focam em segurança de dados
Em geral, os estúdios físicos ou virtuais funcionam como um tipo de intermediador entre os produtores de conteúdo, que são as camgirls, e as plataformas de streaming que fazem as transmissões ao vivo. Tudo para que o negócio seja o menos amador possível.
No Brasil, a plataforma mais conhecida é o Câmera Privê, que conta em seu portfólio com subcelebridades, como ex-BBBs.
Segundo o marketing do CP, como é conhecido, sua principal função é disponibilizar uma tecnologia segura, principalmente quanto à privacidade dos dados de produtores e de quem deseja consumir conteúdo adulto.
Temos uma equipe especializada em análise de fraudes e profissionais de TI. Mas a segurança é bem ampla. Além das práticas mais recomendadas do mercado em proteção e criptografia de dados, as equipes possuem níveis de acesso limitados, em que colaboradores só têm acesso às informações necessárias para prestar suporte ao atendimento
Câmera Privê, em nota
Brinquedos eróticos tecnológicos aumentam renda de camgirls
Se a qualidade da imagem e da transmissão rendem maiores ganhos às produtoras de conteúdo, os acessórios eróticos incrementam a performance.
E não é qualquer brinquedo. Quanto mais tecnologia embarcada nos produtos, maior a gorjeta que pinga na conta das camgirls. E o mercado oferece um cardápio variado de opções, incluindo os vibradores interativos.
Com esse vibradores, as camgirls conectam no chat e dão permissão para que o usuário possa controlar a vibração e a rotação durante as transmissões online, fazendo com que a interação entre eles fique íntima e intensa
Câmera Privê
Ou seja, cada vez que o cliente usar e vibrar vai precisar desembolsar um valor. Para permitir essa integração, a equipe de TI da CP possui todos os modelos de vibradores que se conectam com o chat da plataforma. Isso garante que a interação funcione, seja para receber e transmitir os comandos dos usuários, seja para efetuar a cobrança por minuto de "Privetoy Ativo" no chat.
A sexóloga Camila Gentile, dona da Exclusiva Sex, diz que a tecnologia dos vibradores atingiu níveis "supremos". Isso possibilita novas e melhores performances das camgirls, que personalizm o atendimento e ampliam o alcance.
Algumas linhas de vibradores permitem que o homem, por exemplo, sinta o estímulo do sexo oral feito por outra pessoa em qualquer lugar do mundo, e até mesmo de filmes. Tudo integrado à inteligência artificial
Camila Gentile
Segundo dados divulgados no Summit Sex, o mercado de brinquedos eróticos deve faturar US$ 27 milhões até 2025 no Brasil, graças ao desenvolvimento de novas tecnologias. No mundo, a estimativa é que chegue a US$ 125,1 bilhões. Alguns vibradores sintonizam com mais de 200 modos e se conectam até mesmo com plataformas de streaming de música e jogos de games eróticos.
Toda essa estrutura ajuda a melhorar a remuneração das cammings por todo o mundo, especialmente em lives. Ao incrementar tecnologia, conseguimos fazer chamadas mais personalizadas e ganhar mais. Hoje eu trabalho independente, não estou ligada a nenhum estúdio e faço todas as transmissões da minha casa, fazendo meu horário. Aprendi a ser camgirl de uma forma muito corporativa
Mariana Jade, modelo de 37 anos
*os nomes foram trocados a pedido dos entrevistados
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