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Golpistas usam IA para clonar voz de adolescente em 'golpe do sequestro'

Jennifer DeStefano, mãe da adolescente, não duvidou que era a filha no telefone - Reprodução/ WKYT
Jennifer DeStefano, mãe da adolescente, não duvidou que era a filha no telefone Imagem: Reprodução/ WKYT

Colaboração para o Tilt, em São Paulo

13/04/2023 15h42

Uma adolescente teve a voz recriada por inteligência artificial e usada em um "golpe do falso sequestro", no Arizona, EUA. As informações são da emissora norte-americana WKYT.

O que aconteceu?

Jennifer DeStefano recebeu uma ligação de um número desconhecido e, ao atender, ouviu a voz da filha, aos prantos: "Mãe, eu errei!". A garota, de 15 anos, estava em uma viagem para esquiar fora da cidade em que a mãe vive.

Em seguida, ela conta que ouviu a voz de um homem ordenar "Coloque a cabeça para trás, deite-se" antes de avisar que estaria com a adolescente refém. "Eu estou com sua filha. É assim que vai ser. Se você chamar a polícia ou qualquer um, vou entupi-la de drogas. Vou fazer do meu jeito e deixá-la no México".

O homem pediu um resgate de U$ 1 milhão (cerca de R$ 4,9 milhões), mas, após a mãe dizer que não tinha como pagar, reduziu o valor para U$ 50 mil (aproximadamente R$ 245 mil). Ao fundo do telefonema, ela ouvia a voz da filha pedindo ajuda.

Ainda durante a ligação, conhecidas de Jennifer conseguiram acionar a polícia e o pai da adolescente e confirmaram que a suposta vítima estava em segurança. Apenas, então a mulher desligou.

Os golpistas costumam encontrar suas vítimas nas redes sociais, segundo alerta de Dan Mayo, do escritório do FBI em Phoenix, no Arizona. Ele sugere que os usuários mantenham o perfil privado para evitar cair nesse tipo de golpe.

Claro que era a voz dela. Era a entonação dela. Era assim que ela teria chorado. Nunca duvidei nem por um segundo que fosse ela. Essa é a parte esquisita que realmente me deixou preocupada.
Jennifer DeStefano, em entrevista à WKYT

A clonagem de voz realmente captura a entonação, bem como a emoção da voz. Basta uma amostra de apenas três segundos [para a clonagem].
Subbarao Kambhampati, professor de Ciência da Computação da Universidade Estadual do Arizona, à WKYT.