Vai declarar o imposto de renda? Veja 4 estratégias para evitar golpes
Rosália Vasconcelos
Colaboração para Tilt, do Recife
14/04/2023 04h00
A entrega da declaração de Imposto de Renda se torna ano a ano alvo de criminosos. Em períodos assim, golpistas investem em estratégias de engenharia social, como o phishing (isca virtual), para atrair as vítimas.
Com o prazo terminando em 31 de maio deste ano para os contribuintes, todo cuidado é pouco. Tilt conversou com a Receita Federal e com o presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética (Abraseci), Hiago Kin, para listar formas de aumentar a proteção contra golpes.
Como os golpes funcionam
Criminosos costumam dispara mensagens (de texto e/ou email) usando nome de organizações que existem, como o da Receita Federal — alguns até ligam para potenciais vítimas.
O conteúdo destacado no contato pode envolver informações alarmistas ou promessas de dinheiro rápido. Em 2021, por exemplo, um falso alerta sobre pendências na declaração começou a circular. A mensagem solicitava correções antes que o cidadão pudesse cair na malha fina.
No caso das mensagens, um link disfarçado também é compartilhado. Uma vez que a pessoa clica, ela é induzida a fornecer seus dados pessoais sem perceber que se trata de tentativa de fraude. Outra estratégia é o uso de malwares (programas maliciosos), que são instalados após o clique.
Em posse dos dados roubados da vítima, os criminosos podem conseguir abrir contas bancárias ou até mesmo realizar transações financeiras sem a autorização.
Hiago Kin ressalta que os programas fraudulentos, além de roubar dados e informações, podem danificar o aparelho do cidadão.
Como se proteger
1. Confira informações no site oficial da Receita Federal
"Todo e qualquer comunicado da Receita Federal orientará o contribuinte para ir na página oficial da instituição: www.gov.br/receitafederal/pt-br", alerta o órgão.
Para seguir um caminho seguro na hora de baixar o aplicativo oficial, Kin sugere clicar nos botões do site oficial que redirecionam para os programas no aparelho do usuário. Os softwares autênticos virão com o selo de identificação "Serviços e Informações do Brasil". Por isso, evite procurar o programa em plataforma de buscas.
A Receita Federal acrescenta que não envia emails solicitando a atualização de dados cadastrais. Caso o cidadão receba, não deve clicar em nada.
Para verificar pendências no IR, o cidadão deve acessar o extrato por meio do portal e-CAC, que é o Centro Virtual de Atendimento. "Não há outro site, página ou portal com as informações do contribuinte na Receita Federal", reforçou o órgão.
2. De olho no computador usado
Evite se possível usar computadores usados por mais de uma pessoa, como equipamentos públicos.
"O risco de haver algum problema de segurança onde seus dados podem ser interceptados ou expostos é real", lembra Hiago Kin. O ideal realmente é fazer uso do computador pessoal para preencher e enviar a declaração do IR.
Caso seja extremamente necessário, verifique se o equipamento usado possui um sistema de antivírus. O programa pode diminuir a chance de ação de algum cibercriminoso.
3. Cuidado com suas senhas de acesso
É importante não compartilhar a senha do portal do e-CAC ou da conta gov.br com familiares, amigos e nem mesmo com contadores e despachantes.
Na conta gov.br, adote o duplo fator de autenticação para oferecer maior segurança à operação.
4. Peça a exclusão de seus dados
Se uma segunda pessoa for preencher seu imposto de renda, como um contador ou consultor financeiro, o presidente da Abraseci lembra que é necessário excluir os dados e documentos fornecidos para o preenchimento tão logo a declaração seja enviada para a Receita Federal.
"É preciso que os dados sejam deletados dos dispositivos, emails e meios digitais assim que o processo for concluído. Inclusive, evite enviar documentos e informações pessoais por aplicativos de mensagens instantâneas, como WhatsApp e Telegram, onde pode não ser possível a essa pessoa deletar os arquivos após um período de tempo: opte por enviar documentos por email", afirma.
"E, após a declaração do IR, peça uma declaração formal desta pessoa de que ela deletou todos os seus dados e documentos", orienta Kin.