Starship: lançamento do maior foguete de Musk é adiado por falha em válvula
O lançamento da nave Starship, que deveria acontecer na manhã de hoje (17), foi adiado devido a uma falha no Super Heavy, o maior e mais poderoso foguete já construído.
Este seria o primeiro voo orbital do sistema, desenvolvido pela SpaceX, do empresário Elon Musk. O plano futuro é que a nave seja usada para levar humanos até a Lua, Marte e além no espaço.
O que rolou
O lançamento estava previsto para 10h20 (horário de Brasília), mas foi abortado faltando menos de 10 minutos na contagem regressiva.
Engenheiros da SpaceX detectaram um problema no primeiro estágio do Super Heavy, que teve uma válvula de pressurização congelada, mas não conseguiram solucioná-lo a tempo.
Missão foi suspensa para realização de novos testes nos sistemas. Para isso, é preciso retirar todo o combustível (oxigênio e metano líquidos super-resfriados) e abastecer novamente, em um processo minucioso que demora pelo menos 48 horas.
Ainda não há data confirmada para a próxima tentativa.
"Uma válvula de pressurização parece estar congelada, portanto, a menos que comece a operar em breve, não haverá lançamento hoje", escreveu Elon Musk, dono da SpaceX, no Twitter. Logo depois, confirmou o adiamento: "Aprendemos muito hoje, agora estamos descarregando o combustível, tentaremos novamente alguns dias."
Por que o lançamento é tão importante
Neste primeiro voo, o objetivo da SpaceX é enviar a nave para dar uma volta ao redor da Terra, terminando com um pouso no Oceano Pacífico, na costa do Havaí. Uma viagem de uma hora e meia.
O enorme sistema de lançamento tem 112 metros de altura, dividido em dois estágios. Ele é maior que o SLS (Space Launch System), que a Nasa usa nas missões Artemis, e que o icônico foguete Saturn 5, do programa Apollo.
O primeiro estágio, de 72 metros, serve como propulsor — é o foguete em si, chamado Super Heavy, com seus 33 motores.
O segundo estágio é a própria nave Starship, com 50 metros e 6 motores. Reluzente e com um moderno escudo térmico escuro, parece saída de um filme de ficção científica.
Ambas as partes são totalmente reutilizáveis, para baratear os lançamentos, o que faz toda a diferença na nova era da exploração espacial — a Nasa precisa disso para retornar à Lua.
Seu desenvolvimento e os testes acontecem na base Starship, em Boca Chica, no Texas (EUA), fronteira com o México. Milhares de pessoas foram até lá para ver a decolagem.
Há uma chance de 50% de sucesso nesta primeira tentativa, segundo Elon Musk. Seja como for, o lançamento "não será entediante", disse ele, considerando a possibilidade de a nave explodir.
"Sucesso talvez, emoção garantida", tuitou na sexta-feira (14).
Para que serve a Starship?
A nave é peça central do programa Artemis, pois será o módulo que finalmente colocará astronautas na superfície da Lua, após mais de 50 anos, em 2025. Também é essencial para a construção de uma base lunar e para o possível plano ambicioso de Musk de colonizar Marte.
Ela poderia carregar 100 toneladas de equipamentos e até 100 pessoas em uma única viagem — as cápsulas atuais levam no máximo seis.
A Nasa, grande interessada, deve acompanhar o lançamento bem de perto, com um jato WB-57 de alta altitude. Com um cronograma apertado para as próximas missões Artemis, a agência espacial está de olho no progresso da Starship, que sofre adiamentos desde 2021.
Até agora, foram realizados apenas testes de voo baixo, com a nave subindo reto alguns metros e descendo com os próprios motores, sem usar o Super Heavy ou ir ao espaço.
Muitos tiveram final explosivo. Veja os melhores (ou piores) momentos:
"Acho que temos, com sorte, cerca de 80% de chance de atingir a órbita este ano", disse Musk no mês passado. Ele estimou o custo do projeto entre US$ 2 bilhões e US$ 10 bilhões, "provavelmente mais perto de 2 ou 3 do que dos 10".
A SpaceX está construindo diversos protótipos de Starship na Starbase, para que possa lançá-las com pequenos intervalos após um primeiro voo bem-sucedido.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.