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Starship: foguete mais poderoso de Musk explode após o lançamento

Starship posicionada sobre o foguete Super Heavy, na Starbase da SpaceX, no Texas - SpaceX
Starship posicionada sobre o foguete Super Heavy, na Starbase da SpaceX, no Texas Imagem: SpaceX

Marcella Duarte

De Tilt, em São Paulo (SP)

20/04/2023 08h42Atualizada em 06/05/2023 10h14

Após ser adiado por uma falha, o lançamento da nave Starship, de Elon Musk, parecia um grande sucesso. Ela decolou às 10h30, da base da SpaceX no Texas (EUA).

Após cerca de quatro minutos, porém, o Super Heavy, o maior e mais poderoso foguete já construído, explodiu no ar.

Este seria o primeiro voo orbital do sistema. O plano futuro é que a nave seja usada para levar humanos até a Lua, Marte e além no espaço.

O objetivo era enviar a nave para dar uma volta ao redor da Terra, terminando com um pouso no Oceano Pacífico, na costa do Havaí. Uma viagem de uma hora e meia.

Aparentemente, alguns de seus 33 motores não funcionaram, e ele começou a girar até explodir.

Como era o foguete

O enorme sistema de lançamento tem quase 120 metros de altura, dividido em dois estágios. Ele é maior que o SLS (Space Launch System), que a Nasa usa nas missões Artemis, e que o icônico foguete Saturn 5, do programa Apollo.

O primeiro estágio, de 69 metros, serve como propulsor — é o foguete em si, chamado Super Heavy, com seus 33 motores.

O segundo estágio é a própria nave Starship, com 50 metros e 6 motores. Reluzente e com um moderno escudo térmico escuro, parece saída de um filme de ficção científica.

Quando estiver pronto, ambas as partes serão reutilizáveis, para baratear os lançamentos, o que faz toda a diferença na nova era da exploração espacial — a Nasa precisa disso para retornar à Lua.

A chance de sucesso nesta primeira tentativa era de 50%, segundo Elon Musk, que já havia garantido que o lançamento não seria entediante, justamente considerando a possibilidade de a nave explodir.

"Sucesso talvez, emoção garantida", tuitou no último dia 14.

Para que serve a Starship?

A nave é peça central do programa Artemis, pois será o módulo que finalmente colocará astronautas na superfície da Lua, após mais de 50 anos, em 2025. Também é essencial para a construção de uma base lunar e para o possível plano ambicioso de Musk de colonizar Marte.

Ela poderá carregar 100 toneladas de equipamentos e até 100 pessoas em uma única viagem — as cápsulas atuais levam no máximo seis.

Com um cronograma apertado para as próximas missões Artemis, a Nasa está de olho no progresso da Starship, que sofre adiamentos desde 2021.

Até agora, haviam sido realizados apenas testes de voo baixo, com a nave subindo reto alguns quilômetros e descendo com os próprios motores, sem usar o Super Heavy ou ir ao espaço.

Muitos tiveram final explosivo. Veja os melhores (ou piores) momentos:

"Acho que temos, com sorte, cerca de 80% de chance de atingir a órbita este ano", disse Musk no mês passado. Ele estimou o custo do projeto entre US$ 2 bilhões e US$ 10 bilhões, "provavelmente mais perto de 2 ou 3 do que dos 10".

A SpaceX está construindo diversos protótipos de Starship na Starbase, para que possa lançá-las com pequenos intervalos após um primeiro voo bem-sucedido.