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Engenheiros criam óculos smart que ajuda a 'quebrar o gelo' usando ChatGPT

Pesquisadores testam o rizzGPT, prova de conceito de óculos smart que utiliza o ChatGPT - Bryan Hau-Ping Chiang/Acervo Pessoal/Twitter
Pesquisadores testam o rizzGPT, prova de conceito de óculos smart que utiliza o ChatGPT Imagem: Bryan Hau-Ping Chiang/Acervo Pessoal/Twitter

De Tilt*, em São Paulo

23/04/2023 16h30

Você se considera uma pessoa pouco carismática? Acha que as razões de não ir tão bem em uma entrevista de emprego ou de ser o date ruim de alguém é a falta de lábia?

Pois um grupo de estudantes da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, quer dar uma forcinha nesse lado da vida. Para isso, juntaram um óculos inteligente com o ChatGPT, a Inteligência Artificial (IA) mais sabichona do momento.

Nomeado "rizzGPT", o dispositivo promete entregar "carisma em tempo real", usando o GPT-4 — a última versão do modelo de linguagem presente no chatbot.

Os pesquisadores criaram uma prova de conceito juntando um óculos com uma lente smart monocular, que possui câmera e fone embutidos. Durante a conversa, o microfone do monóculo capta as falas usando o Whisper, uma tecnologia de reconhecimento auditivo da OpenAI que leva o conteúdo das frases direto para o chatbot. Em questão de segundos, a resposta do chatbot é exibida no lado interno da lente.

Prova de conceito do 'rizzGPT', lente smart que exibe respostas dadas pelo ChatGPT - Bryan Hau-Ping Chiang/Acervo Pessoal/Twitter - Bryan Hau-Ping Chiang/Acervo Pessoal/Twitter
Prova de conceito do 'rizzGPT', lente smart que exibe respostas dadas pelo ChatGPT
Imagem: Bryan Hau-Ping Chiang/Acervo Pessoal/Twitter

Bryan Hau-Ping Chiang, um dos integrantes do projeto, postou no Twitter um vídeo do protótipo em prática.

No vídeo em questão, Bryan e o colega simulavam uma entrevista para uma vaga de professor em Reach Native, uma biblioteca da linguagem de programação Javascript. Em questão de segundos, a lente exibiu uma sugestão de resposta.

'Nova era' da computação?

O "rizzGPT" não chega a ser um produto pronto — e talvez nem chegue a se tornar. Os pesquisadores disponibilizaram o código-fonte do projeto para download, o que permitiria que qualquer um fizesse o mesmo em casa com os conhecimentos e ferramentas certas.

Em outro tuíte, o pesquisador descreveu o objetivo do projeto como um estudo dentro de "uma nova era de computação ambiental", fruto do casamento entre Inteligência Artificial com Realidade Aumentada, para oferecer um "assistente pessoal" pronto para todo o momento.

"É como ter Deus observando sua vida e dizendo exatamente o que fazer em seguida", complementa ele em outro tweet.

No entanto, há muita margem para questionar a utilidade do projeto. Além da visibilidade na prova de conceito ser bem difícil, o chatbot da OpenAI está bem longe de dar respostas perfeitas — já que a IA possui uma série de tendências e propensão à mentira.

Para piorar, ler as respostas, como no próprio exemplo do cientista, soa pouquíssimo natural. Em outras palavras, se você se considera uma pessoa pouco carismática, talvez deva procurar outras formas de trabalhar o seu borogodó.

(*) Com informações de Futurism