Influenciadoras de conteúdos 18+ driblam Instagram para manter perfis no ar
Influenciadoras que promovem conteúdos sensuais adultos têm recorrido a uma alternativa - cara - para driblar o bloqueio de contas pelo Instagram. O processo de recuperar perfis custa em média de R$ 3 mil a R$ 20 mil, dependendo do número de seguidores e dificuldade do serviço.
A suspensão de contas 18+ (definitivamente ou por tempo determinado) na rede social é um dos casos mais comuns de ocorrer, segundo profissionais entrevistados que cobram para tentar reativá-las. A Tilt, o Instagram ressalta que "não existe serviço pago de recuperação de conta autorizado."
O processo de recuperação de contas é feito somente pelo aplicativo e pela Central de Ajuda (...). O Instagram não permite nudez, pornografia ou a promoção de conteúdo adulto na plataforma. Contas que violam repetidamente as Diretrizes da Comunidade ou Termos de Uso da plataforma podem ser removidas. Instagram
Perfis fora do ar por meses
A atleta e influenciadora fitness Andrea Ribeiro, 41, conta a Tilt que teve a conta derrubada quatro vezes pelo Instagram. Na primeira vez, o perfil ficou offline por seis dias, e ela própria solicitou a recuperação - por meio da Central de Ajuda. Porém, na última vez, no final do ano passado, foram dois meses fora do ar.
Preocupada com a demora, ela decidiu contratar o serviço de um "recuperador de contas profissional", por indicação de uma amiga. A página voltou ao ar três dias depois, segundo ela.
"Fiquei muito abalada, entrei em depressão. Se não tenho Instagram, não pago contas de casa. Tive um prejuízo de R$ 50 mil ao perder um patrocínio. Também perdi 50% dos assinantes no OnlyFans. Fiquei muito mal, não tinha vontade de treinar", lembra Andrea, dona de um perfil com mais de 400 mil seguidores.
Gabriela Gadotti, 26, ficou com seu perfil inacessível por nove meses. Ela não conseguia publicar nada e nem interagir com os seguidores. O bloqueio começou em 1º de junho do ano passado, a dois dias do seu aniversário. Na época, ela estava perto de chegar a 600 mil seguidores, disse.
"Só chorava. Foi passando os meses, e nada. Uma amiga conseguiu recuperar a conta [dela] e me passou o contato do profissional, e ele disse: 'vou te dar a conta em 24 horas'. Não sabia mais o que fazer, não sabia mais em quem acreditar, mas ele conseguiu em 24 horas", afirma a influencer.
Já ex-bancária Alyne Dias não conseguiu recuperar tão rápido o seu perfil. Depois de dez meses com uma de suas contas desativada pelo Instagram, ela também decidiu pagar para alguém resolver o problema: "não entendo diretrizes, para onde mando email. E, para não bater cabeça, decidi contratar."
Na época, a influenciadora afirmou que tinha 800 mil seguidores. Quando voltou, o perfil estava com 100 mil a menos. "Foi bem complicado esse período. A única coisa que me salvou foram os grupos no Telegram e o Twitter. Por lá é mais tranquilo, consigo postar o que eu quero."
"Mas para mim o Instagram é um cartão de visita e é aquele ditado: 'quem não é visto, não é lembrado'. Meu faturamento não chegou a diminuir, mas com certeza perdi algum contrato", acrescenta.
As entrevistadas não relevaram o quanto gastaram com o processo de reativação de seus perfis na rede social.
Nudez e mais: o que não pode ter no Instagram
A empresa não detalhou o que exatamente causou o bloqueio das contas das entrevistadas. Segundo o advogado Tonyson Santos e o empresário Diego Henrique, que oferecem serviços de recuperação de perfis no Instagram, o bloqueio costuma acontecer quando os internautas colocam links para sites de conteúdo adulto - como o OnlyFans - na área da bio ou nos stories.
A Tilt, o Instagram reforçou que existem regras para todos os usuários em relação à nudez adulta e atividades sexuais e proposta de cunho sexual.
Em seu Centro de Transparência da Meta (grupo dono da rede social, do Facebook e do WhatsApp), existe uma lista do que não pode ser publicado, como:
Oferta ou solicitação de material pornográfico (incluindo, entre outros, compartilhamento de links para sites pornográficos externos).
"Fotos, vídeos e alguns conteúdos criados digitalmente que mostram relações sexuais, genitais e foco em nádegas totalmente expostas. Algumas fotos de mamilos femininos também estão incluídas", diz a empresa — são permitidas fotos no contexto de amamentação, parto e pós-parto, em situações relacionadas à saúde, segundo a página.
Imagens com resquícios de atividade sexual
Brinquedos eróticos posicionados sobre a boca ou dentro dela, etc.
Contas reservas se tornaram alternativas
Por conta dos bloqueios dos perfis, as três influenciadoras decidiram criar contas reservas. A estratégia é ter uma alternativa caso a outra página caia. Porém, o desafio é conseguir recuperar o número de seguidores.
"Criei três reservas em um ano. Uma chegou a 300 mil e as outra duas a 100 mil", conta Alyne, que também passou a ter mais cuidado com o que publicava na conta principal.
Gabriela criou a reserva enquanto tentava recuperar a outra conta. "Comecei do zero de novo. Meus amigos e seguidores me ajudaram. Hoje estou com 574 mil seguidores na principal e na reserva 151 mil". Já Andrea tem duas contas reservas.
Os usuários podem conferir se já publicaram conteúdos que violam as Diretrizes da Comunidade do Instagram por meio do recurso Status da Conta (vá em Configurações > Conta > Status da Conta). Caso possuam, é possível apelar das decisões e solicitar uma revisão, explicou a empresa.
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