Banco tem responsabilidade em casos de golpe, diz Procon-SP

Em entrevista ao UOL News de hoje (7), a assessora técnica do Procon de São Paulo, Renata Reis, afirmou que os bancos e instituições financeiras têm responsabilidade em casos de golpes sofridos pelos clientes.

Reis afirmou que cabe ao banco demonstrar que seu sistema é seguro e também destacou que, em casos de operações suspeitas, o próprio banco possui mecanismos e sistemas para identificá-las quando fora do perfil do consumidor. "Quantas vezes o próprio consumidor não tentou fazer uma operação e houve uma negativa?", questionou.

A assessora do Procon também destacou que, ao mesmo tempo que golpistas se atualizam a todo instante, é obrigação dos bancos também estarem preparados para coibir, e também explicar a ação de golpistas que conseguem ter acesso a dados sensíveis.

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Não dá para dizer que o banco não tem responsabilidade. Tem responsabilidade sim e ele tem que fazer, primeiro, a checagem de cada etapa e de como o golpista conseguiu ter as informações e induzir o consumidor ao erro. Todos os esclarecimentos têm que ser feitos para evidenciar que não há responsabilidade da instituição financeira. Não há como alegar que a culpa é exclusivamente do consumidor". Renata Reis, assessora técnica do Procon

'Cliquei em opção do aplicativo e tela do celular ficou preta', diz vítima de golpe no Nubank

A servidora pública Eliana Miranda, de 32 anos, foi vítima de um golpe em que levou um prejuízo de mais de R$ 255 mil. Golpistas tiveram acesso a sua conta do Nubank e fizeram diversas transações bancárias, que culminaram em um empréstimo de R$ 20 mil.

Em entrevista ao UOL News, ela contou que recebeu uma ligação de uma suposta atendente do banco falando sobre uma tentativa de acesso em sua conta e, ao seguir as instruções da golpista, perdeu o acesso à sua conta.

Ela confirmou todos os meus dados e pediu para que eu entrasse no aplicativo do banco. Entrei no aplicativo e achei esquisito, porque o Nubank não costuma fazer ligações, mas ela disse que era uma questão de urgência para coibir uma ação de acesso a minha conta e para mim fez sentido. Entrei no aplicativo e fiz o passo a passo que foi estipulado por ela. Cliquei em algum item dentro do aplicativo do banco para fazer um procedimento de segurança e fiz o reconhecimento facial dentro do aplicativo. Nesse instante a tela do meu celular ficou inteira preta, mas a suposta atendente disse que fazia parte da política de segurança do banco com base em uma resolução do Banco Central". Eliana Miranda

Após seguir as instruções, a servidora pública foi notificada sobre a conclusão de um empréstimo em sua conta e foi nesse momento que a ligação com a golpista caiu. Quando reinstalou o aplicativo do banco em seu celular, viu que todo seu dinheiro havia sido resgatado.

Em contato com Tilt, o Nubank informou que "segue investigando detalhadamente o caso para tomar eventuais medidas cabíveis, se aplicáveis".

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