Mais de 300 mil jovens: Intel se une a órgão de SP para ensinar a criar IA
De olho na crescente falta de mão de obra qualificada no mercado de tecnologia, Intel e Centro Paula Souza fecharam uma parceria para treinar professores e alunos a criar e lidar com inteligência artificial. Já nos próximos meses, a ação antecipada com exclusividade a Tilt pode atingir ao menos 1,2 mil jovens, que estudam nas Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) no Estado de São Paulo. Nos próximos anos, o número de beneficiados pode superar os 300 mil.
Daqui a três anos, deve haver um déficit de 530 mil profissionais. Temos muitas vagas, mas poucos profissionais qualificados para preenchê-las. Por isso, nosso objetivo é inspirar jovens a entrar no mundo da tecnologia, adquirir novas habilidades e emponderá-los para o futuro - são eles os próximos inventores
Gisselle Ruiz Lanza, diretora geral da Intel na América Latina
Procuram-se especialistas em IA
O cálculo feito pela executiva da Intel se apoia nos dados do estudo Demanda de Talentos em TIC e Estratégia, da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom):
- até 2025, o Brasil vai precisar de 797 mil profissionais de TI;
- por outro lado, o país forma 53 mil pessoas por ano;
- a demanda é crescente porque triplicou o número de empresas da área na última década.
Com o boom da IA, a defasagem deve aumentar ainda mais. A área vai crescer 20% ao ano até 2024 e gerar 22,4% mais vagas específicas até 2029, segundo estimativa da instituição de ensino norte-americana Maricopa County Community College District (MCCCD).
Hoje em dia, até o Photoshop tem ferramenta de IA, então eu não posso mais formar meu aluno de design gráfico apenas com Photoshop, mas em editoração gráfica com aspectos de IA. No entanto, no Brasil, praticamente você não encontra nenhum curso superior ou técnico voltado para inteligência artificial
Carlos Ribeiro, coordenador de projetos do Centro Paula Souza
Os salários de quem lida com IA no país variam de R$ 7 mil (nível júnior) a R$ 35 mil (gestor), de acordo com o Guia Salarial 2023 do setor de TI, elaborado pela empresa de RH Adecco.
Ribeiro lembra que a busca de mão de obra no Brasil para vagas internacionais é cada vez mais comum.
Por dentro do programa
Nesta quinta-feira (15), 40 professores da instituição concluem um treinamento global de 20 horas criado pela big tech. A partir dessa capacitação, os educadores levarão os conhecimentos para sala de aula já a partir do segundo semestre com alunos dos cursos de informação e comunicação das Etecs e os do curso de informática de algumas Fatecs.
A implementação acontecerá inicialmente em algumas unidades como piloto. Depois, a instituição avaliará como ampliar para toda a rede. Se isso acontecer, mais de 220 mil alunos atendidos pelas Etecs e mais de 90 mil nas Fatecs podem receber a formação no futuro.
Em paralelo, a instituição também já começa em agosto a capacitar mais professores.
O programa faz parte do projeto global Intel AI 4 Youth, que vai ensinar habilidades de IA a 30 milhões de estudantes de 30 países até o fim de 2030 (atualmente já está em 27 países, incluindo vários na América Latina, como Costa Rica, México e Argentina).
O currículo trata de conceitos fundamentais sobre IA, como uso de ferramentas, desenvolvimento de habilidades em ciência de dados, visão computacional, codificação e criação de soluções.
Quando passarem pelo programa, os alunos serão instruídos a identificar uma oportunidade de mercado, definir uma abordagem e criar um produto que resolva a questão. As ideias podem ir da medicina às casas inteligentes.
Apesar de não ter feito aporte financeiro no Centro Paula Souza, a Intel cedeu os direitos de uso do conteúdo, foi responsável por sua tradução e acompanhou sua implementação.
Desenvolvimento da América Latina
Segundo o IBGE, o setor de tecnologia da informação esteve entre os de melhor desempenho da economia da América Latina em 2022. Cresceu 12,3%.
O tripé tecnologia, inclusão e educação têm papel muito importante para resolver os grandes desafios econômicos e culturais de cada país, principalmente aqueles em desenvolvimento, como o Brasil. Os países emergentes devem ter uma agenda muito sólida para diminuir as brechas entre as nações do mundo --e não permitir que a tecnologia leve ao efeito contrário
Gisselle Ruiz Lanza, diretora geral da Intel na América Latina
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.