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Golpe da cara falsa: homem usava boneco e foto para burlar biometria facial

Aurélio Araújo

Colaboração com Tilt, de São Paulo

19/06/2023 17h41Atualizada em 20/06/2023 08h35

Durante a operação na casa de um suspeito em Barueri, na Grande São Paulo, a Polícia Civil achou o tronco de um manequim e fotos usadas para aplicar golpes que driblavam sistemas de reconhecimento facial na internet. O criminoso usava a foto das vítimas para "trocar o rosto" do manequim e, assim, abrir múltiplas contas em aplicativos bancários e pegar empréstimos. A estimativa da polícia é que o golpe gerou prejuízo de R$ 1 milhão.

Um vídeo divulgado à imprensa após a ação na sexta-feira (16) mostra como a polícia crê que o esquema funcionava. Um homem de 34 anos, cuja identidade não foi revelada, está sendo investigado pelo "golpe da cara falsa".

A polícia suspeita que ele obtenha as fotos a partir dos documentos das vítimas e imprimia as imagens em tamanho real, grande o suficiente para que se encaixar como um substituto para a cabeça do manequim. Em nota à imprensa, os policiais não informaram como ele conseguia cópias legítimas dos RGs ou os documentos eram falsificados.

Tendo várias "caras" à sua disposição, o homem é suspeito de abrir contas usando números de telefone, RG e CPF falsos.

boneco - Divulgação/Polícia Civil de SP - Divulgação/Polícia Civil de SP
Golpista usava boneco e fotos de vítimas para driblar reconhecimento facial de bancos
Imagem: Divulgação/Polícia Civil de SP

Em entrevista ao programa de TV "Brasil Urgente", da Band, o delegado Andreas Schiffmann, que comanda a investigação, afirmou que o golpe consistia em usar contas bancárias para fraudar instituições financeiras, por meio da obtenção de:

  • empréstimos,
  • financiamentos,
  • pedidos de cartão de crédito.

Na operação de busca e apreensão realizada no bairro Jardim Belval, foram confiscadas também as fotografias dos rostos, bem como 17 máquinas de cartão, um cofre com cartões bancários, munições de calibre 9mm e um celular. A polícia informou que solicitou perícia no local e em todos os materiais apreendidos.

De acordo com Schjfmann, o caso chegou à polícia porque as vítimas do esquema eram cobradas pelos bancos pelos empréstimos e se mostravam surpresas. Mas todas elas não faziam ideia de como haviam contraído essas dívidas. Assim, as instituições passaram a desconfiar de que alguém estivesse usando o rosto dos supostos clientes sem o conhecimento deles, já que essas ações financeiras eram autorizadas com base em reconhecimento facial.

Com relação à estimativa de dinheiro conseguido ilegalmente com o esquema, Schiffmann acredita que seja uma soma milionária. "Levando em consideração que temos aqui contas de R$ 10 mil, R$ 20 mil, dá para dizer [que foi obtido] mais de R$ 1 milhão facilmente", afirmou ao "Brasil Urgente".