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Hoje é o dia mais curto do ano: entenda o que é o solstício de inverno

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Imagem: iStock

Marcella Duarte

De Tilt, em São Paulo (SP)

21/06/2023 04h00Atualizada em 22/06/2023 13h27

A estação mais fria do ano chegou. O inverno começará oficialmente às 11h57 de hoje (21).

A data é marcada por um fenômeno físico e astronômico. Uma vez no ano, há um momento exato em que os raios solares incidem na Terra perpendicularmente sobre o Trópico de Câncer. É o chamado solstício de inverno, para quem está deste nosso lado do globo, ou de verão, para os habitantes do Hemisfério Norte.

O que sentimos?

Devido ao ângulo de inclinação de nosso planeta, o Sol atinge os continentes de forma diferente ao longo do ano.

No solstício de inverno do Hemisfério Sul, as regiões abaixo da linha do Equador ficam menos expostas ao Sol, o que explica as quedas nas temperaturas e na luminosidade.

Não é algo possível de observar no céu, mas há grandes impactos na dinâmica terrestre e em nossas vidas.

Hoje, teremos o dia mais curto e a noite mais longa do ano. No Brasil, um país tropical, estamos falando de uma variação de minutos, que fica evidente quanto mais ao Sul, chegando a algumas horas.

Veja alguns exemplos:

  • Em Recife (PE), o Sol nasceu às 5h32 e vai se por às 17h11: um dia de 11 horas e 39 minutos e uma noite de 12 horas e 21 minutos
  • Em São Paulo (SP), o Sol nasceu às 6h48 e vai se por às 17h29: um dia de 10 horas e 41 minutos e uma noite de 13 horas e 19 minutos
  • Em Porto Alegre (RS), o Sol nasceu às 7h21 e vai se por às 17h33: um dia de 10 horas e 12 minutos e uma noite de 13 horas e 48 minutos

Em dezembro, este fenômeno acontece do nosso lado, em relação ao Trópico de Capricórnio, trazendo o calor. Por isso, ocorrerá o oposto: o solstício de verão marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano.

Como acontece?

O eixo de rotação da Terra em torno de si mesma tem uma inclinação de 23,5° em relação ao plano orbital ao redor do Sol. Ou seja, ela não gira "retinha". Assim, os hemisférios Sul e Norte recebem diferentes quantidades de luz ao longo do ano.

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Inclinação da Terra em relação ao Sol gera as estações do ano
Imagem: Viktoriia Kasyanyuk

É este movimento inclinado que dá origem aos dias e noites e às estações do ano. Se o eixo fosse retinho, o nascer e o pôr do sol aconteceriam exatamente na mesma hora e mesmo lugar todos os dias, e não teríamos variações de clima.

Repare também que o Sol nasce sempre em nosso horizonte na direção leste, e se põe a oeste, mas não precisamente no ponto cardeal leste/oeste. Com o passar do tempo, ele vai se deslocando para a esquerda (a rigor, para o norte, durante o outono e inverno) ou para a direita (a rigor, para o sul, durante a primavera e verão).

equinócio - fisicanaveia.com.br - fisicanaveia.com.br
Montagem mostra o nascer do Sol no período de um ano, entre um solstício e outro; ele não nasce sempre no leste
Imagem: fisicanaveia.com.br

Por isso tudo, o período luminoso de um dia nunca dura exatamente 12 das 24 horas; eles são maiores nas estações mais quentes e menores nas mais frias, e também variam de acordo com o quão ao Norte ou ao Sul do globo está o observador.

Há apenas dois dias em que dia e noite têm a mesma duração, de quase que exatamente 12 horas cada: nos chamados equinócios, que inauguram a primavera e o outono, em setembro e março. É quando os raios solares incidem igualmente entre os dois hemisférios, alinhados com o Equador.

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