Submersível desaparecido: como é o robô que achou os destroços do Titan?
A Guarda Costeira dos Estados Unidos acaba de confirmar que destroços encontrados no arredores do Titanic são, de fato, do submersível Titan, desaparecido desde domingo (18), e que todos os ocupantes morreram. O anúncio aconteceu em uma coletiva de imprensa na tarde de hoje (22).
O responsável pela descoberta foi um robô subaquático, o Odysseus 6k ROV (sigla para veículo operado remotamente). Um ROV é, na verdade, um tipo de submersível, assim como o Titan, que é considerado um HOV (sigla para veículo operado por humanos). Diversos equipamentos não tripulados estavam vasculhando a região nos últimos dias.
Autoridades disseram que cinco grandes peças da fuselagem do Titan foram detectadas em meio aos destroços. Entre elas, o cone do nariz, a 'cauda' e um pedaço do casco. Um mergulhador envolvido nas buscas já havia citado uma estrutura de pouso (os "pés" do pequeno submersível em forma de tubo) e uma tampa traseira. Ao que tudo indica, ele implodiu.
O fundo do mar é um ambiente imperdoável. Os destroços são consistentes com uma perda catastrófica da câmara de pressão. Nossas condolências mais sinceras para os entes queridos da tripulação
John Mauger, contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA
Agora acreditamos que nosso CEO Stockton Rush, Shahzada Dawood e seu filho Suleman Dawood, Hamish Harding e Paul-Henri Nargeolet, infelizmente, foram perdidos
OceanGate, empresa responsável pelo passeio turístico
Não há notícias sobre os corpos das cinco pessoas a bordo. Segundo a Guarda Costeira, pode ser que eles nem sejam recuperados, devido à hostilidade do ambiente. Análises da causa do acidente ainda serão realizadas, mas as buscas devem ser encerradas nas próximas 24 horas.
Odysseus 6k ROV
Os destroços do Titan foram encontrados no fundo do Atlântico Norte, a cerca de 480 m da proa do Titanic, aos 3.200 m de profundidade, em uma área onde não há partes do histórico naufrágio de 1912. Chegar lá é um desafio.
Robusto, o Odysseus 6k consegue alcançar profundidades de 6 mil metros (o Titanic está a cerca de 3.800). Era uma das poucas máquinas capazes de aguentar a enorme pressão desta viagem e fornecer imagens.
Bem diferente do Titan, ele parece uma grande caixa, com 1,5 m de largura e 2,2 m de altura, pesando 2,5 toneladas. É todo vazado e cheio de equipamentos.
Segundo a Pelagic Research Services, fabricante e operadora do Odysseus, este ROV é ideal para diversos usos científicos, "como observações e pesquisas nas profundezas dos oceanos".
Além de captar fotos e vídeos em alta resolução (4K), ele pode recolher amostras biológicas e geológicas e recuperar itens do fundo do mar, com seus dois braços robóticos. Também é usado para filmes e documentários.
Um ROV é um veículo operado remotamente, por uma equipe em um barco na superfície, sem que uma pessoa precise estar dentro dele. Além do Odysseus 6k, estava na água o Victor 6000.
As buscas
O Odysseus foi lançado pelo navio canadense de suprimentos Horizon Arctic, mobilizado para a operação de resgate. Ele começou a ser usado nesta quinta-feira (22).
"O Horizon Arctic lançou seu ativo principal, o Odysseus 6K, na manhã de quinta-feira e tem escaneado o fundo do mar na área de resgate continuamente", declarou a Pelagic Research Services em um comunicado.
Algumas horas depois, a Guarda Costeira revelou a descoberta dos destroços, próximos ao naufrágio do Titanic.
"A PRS deseja expressar nossa total gratidão pela incrível e coordenada resposta de todos os envolvidos nesta missão de busca e resgate. Nosso foco agora é nas famílias das pessoas no Titan, por sua trágica perda", diz um comunicado no site da empresa.
O que aconteceu?
O submersível Titan estava a caminho do Titanic, quando perdeu contato com a superfície cerca de 1h45 após submergir. Ainda não se sabe qual falha catastrófica levou ao acidente.
Segundo a Guarda Costeira, o estado das partes encontradas condiz com uma implosão, após perda de pressão da cabine, que deve ter ocorrido logo durante a descida. Os ruídos detectados por sonar nos últimos dias "não parecem ter relação com os destroços localizados no solo oceânico".
Quando você está operando nestas profundidades, a pressão é tão grande que, se houver uma falha [na estrutura do submersível], haverá uma implosão instantânea. Se foi isso que aconteceu, foi há quatro dias
Guillermo Söhnlein, co-fundador da OceanGate e que deixou a empresa há dez anos
Stockton Rush, o outro fundador da empresa e atual CEO, estava a bordo do Titan, atuando como piloto.
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