Astronomia de julho: esta semana tem 'Superlua dos Cervos'; como observar
O mês de julho acaba de começar e já trás um dos eventos astronômicos mais aguardados: a primeira "superlua" do ano.
Nesta segunda-feira (3), a Lua cheia pode parecer ainda maior e mais brilhante no nosso céu, pois estará mais próxima da Terra. É um ótimo momento para observar nosso satélite natural.
Até setembro, teremos uma sequência de quatro superluas — uma delas "azul" (a segunda em um mesmo mês), no final de agosto.
Como observar?
Na segunda-feira, a Lua nascerá assim que o dia escurecer, pouco antes das 18h.
É muito simples observar. Basta olhar para a direção leste, ou seja, o lado oposto em que o Sol estiver se pondo. Aliás, quem tiver uma vista desobstruída, conseguirá observar os dois fenômenos simultaneamente.
Dica: O melhor momento para observar a Lua é justamente a primeira hora após nascer, pois ela parece ainda maior, devido aos referenciais terrestres, como prédios e árvores, e pode apresentar belas variações de tonalidade (amarelada, alaranjada e até avermelhada), por causa da interação com a atmosfera.
Quando estiver mais alta no céu, ela continuará igualmente ou até mais brilhante — mas nos parecerá menor e bem branca, apenas com o pano de fundo das estrelas. A lua ficará visível até o dia amanhecer, percorrendo o céu de leste a oeste.
Não é preciso qualquer instrumento para observar. Mas quem tiver um binóculo, telescópio ou câmera com zoom, pode enxergar mais detalhes, como as crateras da superfície lunar, e fazer belos registros.
Além da segunda-feira, tente observar a Lua no domingo (2) e na terça-feira (4), quando ela também estará super iluminada.
O horário exato em que ela nasce em sua cidade pode ser consultado em apps de observação astronômica, como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView.
Superlua dos Cervos
Nas tradições dos povos nativos norte-americanos, a Lua cheia de julho recebia o apelido de "Lua dos Cervos", pois nesta época crescem os chifres de animais silvestres da família dos cervos — todos os anos, a galhada dos machos cai no inverno e se regenera no verão (do hemisfério Norte, por aqui as estações são invertidas).
Já Superlua é o nome popular para quando a fase da Lua cheia coincide ou é bem próxima ao seu perigeu — o momento em que nosso satélite está mais perto da Terra naquele mês. Isso faz com que ela apareça até 15% maior e 30% mais brilhante, mas isso quase não é perceptível ao nosso olhar.
Durante o perigeu, a Lua chega a aproximadamente 360 mil quilômetros da Terra; no apogeu, o ponto mais afastado, a distância é de cerca de 400 mil quilômetros. Se o apogeu coincide com a Lua cheia, temos uma microlua.
Em agosto, teremos duas superluas: "do Esturjão" e "Azul". E, em setembro, a quarta e última do ano: "da Colheita".
Conjunções
O mês também guarda três conjunções brilhantes entre a Lua e planetas, que valem a pena serem observadas:
- 11/7: Conjunção Lua-Júpiter - a partir das 2h, a leste
- 20/7: Conjunção Lua-Vênus-Marte - entre 18h e 20h, a oeste
Chuva de meteoros
Para fechar o mês com chave de ouro, uma das principais chuvas de meteoros do ano: a Delta Aquáridas do Sul. Ela fica ativa entre 12 de julho e 23 de agosto, e seu pico acontece no dia 30/7, quando pode ser possível ver mais de 20 "estrelas cadentes" por hora.
Seu radiante — isto é, o ponto de onde os meteoros aparentam surgir —, é a Constelação de Aquário. Basta encontrar esta região do céu e aguardar atentamente. Infelizmente, a Lua estará quase cheia e pode ofuscar as observações.
A chuva Delta Aquáridas é composta por resquícios do cometa 96P/Machholz, descoberto em 1986. Ela acontece todos os anos entre julho e agosto, quando a Terra cruza a órbita do cometa, onde flutua uma trilha de destroços e poeira. Ao atingirem nossa atmosfera, geram os rastros luminosos dos meteoros. Seu pico acontece durante cerca de dois dias, quando atravessamos a área mais central e densa do rastro.
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