Topo

Astronomia de julho: esta semana tem 'Superlua dos Cervos'; como observar

Superlua é avistada em Frankfurt, na Alemanha - Kai Pfaffenbach/Reuters
Superlua é avistada em Frankfurt, na Alemanha Imagem: Kai Pfaffenbach/Reuters

Marcella Duarte

De Tilt, em São Paulo (SP)

01/07/2023 11h37

O mês de julho acaba de começar e já trás um dos eventos astronômicos mais aguardados: a primeira "superlua" do ano.

Nesta segunda-feira (3), a Lua cheia pode parecer ainda maior e mais brilhante no nosso céu, pois estará mais próxima da Terra. É um ótimo momento para observar nosso satélite natural.

Até setembro, teremos uma sequência de quatro superluas — uma delas "azul" (a segunda em um mesmo mês), no final de agosto.

Como observar?

Na segunda-feira, a Lua nascerá assim que o dia escurecer, pouco antes das 18h.

É muito simples observar. Basta olhar para a direção leste, ou seja, o lado oposto em que o Sol estiver se pondo. Aliás, quem tiver uma vista desobstruída, conseguirá observar os dois fenômenos simultaneamente.

Dica: O melhor momento para observar a Lua é justamente a primeira hora após nascer, pois ela parece ainda maior, devido aos referenciais terrestres, como prédios e árvores, e pode apresentar belas variações de tonalidade (amarelada, alaranjada e até avermelhada), por causa da interação com a atmosfera.

superlua grecia - Alkis Konstantinidis/Reuters - Alkis Konstantinidis/Reuters
Superlua sobre o Templo de Posseidon, próximo a Atenas, na Grécia
Imagem: Alkis Konstantinidis/Reuters

Quando estiver mais alta no céu, ela continuará igualmente ou até mais brilhante — mas nos parecerá menor e bem branca, apenas com o pano de fundo das estrelas. A lua ficará visível até o dia amanhecer, percorrendo o céu de leste a oeste.

Não é preciso qualquer instrumento para observar. Mas quem tiver um binóculo, telescópio ou câmera com zoom, pode enxergar mais detalhes, como as crateras da superfície lunar, e fazer belos registros.

Além da segunda-feira, tente observar a Lua no domingo (2) e na terça-feira (4), quando ela também estará super iluminada.

O horário exato em que ela nasce em sua cidade pode ser consultado em apps de observação astronômica, como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView.

superlua ny - Gary Hershorn/Getty Images - Gary Hershorn/Getty Images
Superlua atrás da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque
Imagem: Gary Hershorn/Getty Images

Superlua dos Cervos

Nas tradições dos povos nativos norte-americanos, a Lua cheia de julho recebia o apelido de "Lua dos Cervos", pois nesta época crescem os chifres de animais silvestres da família dos cervos — todos os anos, a galhada dos machos cai no inverno e se regenera no verão (do hemisfério Norte, por aqui as estações são invertidas).

Já Superlua é o nome popular para quando a fase da Lua cheia coincide ou é bem próxima ao seu perigeu — o momento em que nosso satélite está mais perto da Terra naquele mês. Isso faz com que ela apareça até 15% maior e 30% mais brilhante, mas isso quase não é perceptível ao nosso olhar.

Durante o perigeu, a Lua chega a aproximadamente 360 mil quilômetros da Terra; no apogeu, o ponto mais afastado, a distância é de cerca de 400 mil quilômetros. Se o apogeu coincide com a Lua cheia, temos uma microlua.

Diferença em perspectiva de uma superlua e uma microlua - Catalin Paduaru - Catalin Paduaru
Diferença em perspectiva de uma superlua e uma microlua
Imagem: Catalin Paduaru

Em agosto, teremos duas superluas: "do Esturjão" e "Azul". E, em setembro, a quarta e última do ano: "da Colheita".

Conjunções

O mês também guarda três conjunções brilhantes entre a Lua e planetas, que valem a pena serem observadas:

  • 11/7: Conjunção Lua-Júpiter - a partir das 2h, a leste
  • 20/7: Conjunção Lua-Vênus-Marte - entre 18h e 20h, a oeste

Chuva de meteoros

Para fechar o mês com chave de ouro, uma das principais chuvas de meteoros do ano: a Delta Aquáridas do Sul. Ela fica ativa entre 12 de julho e 23 de agosto, e seu pico acontece no dia 30/7, quando pode ser possível ver mais de 20 "estrelas cadentes" por hora.

Seu radiante — isto é, o ponto de onde os meteoros aparentam surgir —, é a Constelação de Aquário. Basta encontrar esta região do céu e aguardar atentamente. Infelizmente, a Lua estará quase cheia e pode ofuscar as observações.

A chuva Delta Aquáridas é composta por resquícios do cometa 96P/Machholz, descoberto em 1986. Ela acontece todos os anos entre julho e agosto, quando a Terra cruza a órbita do cometa, onde flutua uma trilha de destroços e poeira. Ao atingirem nossa atmosfera, geram os rastros luminosos dos meteoros. Seu pico acontece durante cerca de dois dias, quando atravessamos a área mais central e densa do rastro.