Submersível, paraquedas e mais: as invenções que mataram os seus criadores
Entre os ocupantes do submersível Titan, que implodiu durante uma missão rumo aos destroços do Titanic, estava o diretor da OceanGate Expeditions —a empresa que organizou a viagem. Em um vídeo publicado em 2021, Stockton Rush dizia que "gostaria de ser lembrado como um homem inovador" e afirma ter quebrado "algumas regras" durante a construção do veículo.
Rush é apenas um dos inventores que morreu dentro da sua própria criação.
O inventor do Titanic, Thomas Andrews, teve o mesmo destino: ele estava a bordo do navio quando a embarcação naufragou, em abril de 1912. Andrews chegou a afirmar que o navio jamais afundaria, já que possuía 16 compartimentos para suportar a entrada de água. Quatro deles poderiam ser inundados e, ainda assim, o navio continuaria flutuando.
Depois que o Titanic bateu em um iceberg, porém, o próprio inventor afirmou que ele afundaria. Há relatos de que, durante o naufrágio, Andrews teria atirado cadeiras para ajudar os passageiros que já estavam na água. Seu corpo nunca foi encontrado.
Veja outros inventores que morreram com suas criações:
William Bullock
Editor de jornais, William Bullock foi o responsável por melhorias na prensa rotativa, em que os periódicos eram impressos. As adaptações feitas por ele permitiram que o papel fosse inserido na prensa em um fluxo contínuo, sem a necessidade de intervenção humana —o que tornava o processo muito mais rápido.
Bullock morreu justamente enquanto manipulava a máquina. Ele estava instalando a prensa quando sua perna ficou presa no mecanismo. Seu pé acabou gangrenando, e Bullock morreu de infecção.
Robert Cocking
Cocking era pintor e cientista amador. Em 1837, ele decidiu testar um paraquedas inventado por ele. Cocking voou, preso a um balão, até que se desprendeu do veículo com seus paraquedas. A invenção não funcionou, ele caiu e acabou morrendo.
Franz Reichelt
Conhecido como o alfaiate voador, Reichelt também tentou testar um paraquedas desenhado por ele. A ideia foi ousada: mesmo depois de testes que não foram bem sucedidos com manequins, ele resolveu pular do topo da Torre Eiffel para usar sua invenção. Em 1912, ele morreu em frente à imprensa e ao público.
Henry Smolinski e Harold Blake
Os dois tentaram construir o primeiro carro voador do mundo, batizado de AVE Mizar. Eles acabaram morrendo em 1973, durante um voo teste realizado na Califórnia.
Thomas Midgley Jr.
O engenheiro mecânico Thomas Midgley Jr. usava cadeira de rodas depois de ter sofrido poliomielite. Para conseguir se movimentar sem ajuda, ele desenvolveu um sistema de cintas e cordas, que o ajudava a sair da cama e sentar na cadeira. Um dia, porém, ele acabou estrangulado pela própria armação que tinha inventado. Uma outra versão é de que ele cometeu suicídio.
Em vida, Midgley Jr. foi responsável por outras invenções que, hoje, são consideradas desastrosas. Em 1921, ele e seus colegas encontraram uma aparente solução para a detonação do motor de automóveis —problema que provocava barulho, superaquecimento e resposta lenta dos veículos. A ideia foi adicionar chumbo tetraetila à gasolina.
A substância, porém, é um veneno para o corpo humano, já que interfere no sistema nervoso e provoca pressão alta e problemas renais, além de anomalias fetais. A gasolina com a substância começou a ser comercializada em 1923.
O engenheiro também participou da inclusão de clorofluorcabonos, ou CFCs, em refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado. Depois, a substância passou a ser usada, também, em tintas e desodorantes. Pesquisas posteriores indicaram que os CFCs eram responsáveis por destruir a camada de ozônio.
Luis Jiménez
O escultor morreu em 2006 em seu estúdio, no Novo México, nos EUA. Ele trabalhava em uma escultura que seria instalada no Aeroporto Internacional de Denver, também nos EUA, quando uma parte da obra se soltou e caiu em cima dele. Jimenez ficou preso entre a obra e uma barra de metal. O artista chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu.
A escultura, chamada "Mustang", estava quase pronta, e foi levada ao aeroporto.
Marie Curie
O trabalho da física e química polonesa com elementos radioativos pode ter resultado em sua morte.
Marie Curie morreu em 1934 em decorrência de uma anemia aplástica, condição em que o corpo deixa de produzir número suficiente de novas células sanguíneas. Acredita-se que ela adquiriu a doença justamente por causa da exposição prolongada à radiação.
Marie Curie foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel.
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