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Telescópio espacial James Webb

As imagens e infos do mais potente telescópio espacial já criado


James Webb registra pela 1ª vez formação de estrelas mais próxima da Terra

Nasce uma estrela: com esta imagem a Nasa comemorou o primeiro aniversário do James Webb - Nasa
Nasce uma estrela: com esta imagem a Nasa comemorou o primeiro aniversário do James Webb Imagem: Nasa

Bruna Souza Cruz e Marcella Duarte

De Tilt, em São Paulo

12/07/2023 10h37Atualizada em 12/07/2023 16h53

A Nasa revelou nesta quarta-feira (12) uma imagem inédita e impressionante capturada pelo telescópio espacial James Webb, o observatório mais caro e avançado já construído.

A foto mostra o complexo de nebulosas Rho Ophiuchi, a região de formação de estrelas mais próxima da Terra.

Envoltas em um casulo de gás e poeira, há cerca de 30 jovens estrelas. É como um berçário cósmico.

Como está a "apenas" 390 anos-luz de distância, é possível ter uma visão detalhada, sem estrelas em primeiro plano para ofuscar a observação, afirmou a Nasa.

A nova imagem foi divulgada em comemoração ao aniversário de atividades científicas do observatório espacial, que teve os primeiros registros divulgados há exatamente um ano.

"Em apenas um ano, o James Webb transformou a visão da humanidade do cosmos, observando nuvens de poeira e vendo a luz de regiões distantes do universo pela primeira vez. Cada nova imagem é uma nova descoberta, capacitando cientistas de todo mundo a fazer e a responder perguntas com as quais nunca poderiam sonhar", disse Bill Nelson, administrador da Nasa, em comunicado.

Registros históricos do James Webb

Em 12 de julho de 2022, a Nasa fez história ao divulgar as primeiras imagens oficiais do James Webb, marcando o início de suas operações científicas.

Elas revelaram cenas incrivelmente detalhadas de diferentes regiões do universo: galáxias remotas, nebulosas brilhantes e um distante planeta gasoso gigante.

12.jul.2022: Carina Nebulosa; uma das primeiras imagens feitas pelo telescópio James Webb e divulgadas pelo Nasa - NASA - NASA
12.jul.2022: Nebulosa da Carina; uma das primeiras imagens feitas pelo James Webb
Imagem: NASA
Quinteto de Stephan - NASA - NASA
12.jul.2022: Quinteto de Stephan, um grupo de cinco galáxias na constelação de Pegasus, a cerca de 290 milhões anos-luz da Terra
Imagem: NASA

Mas isso era só o começo. Com equipamentos supersensíveis e avançados, o James Webb inaugurou uma nova era da astronomia. Desde então, ele nos surpreende a cada nova observação.

O telescópio espacial também já capturou:

Saturno infravermelho: seus belos anéis e luas sob uma iluminação nunca antes vista.

Detalhes de Júpiter: a Grande Mancha Vermelha, auroras brilhantes nos polos e até anéis discretos.

Anéis e luas de Urano: planeta visto com nitidez e detalhes sem precedentes.

Perspectiva única de Marte: com detalhes das calotas de gelo, crateras e manchas da superfície.

Estrela perfeita: com raios de difração simétricos, e outras estrelas e até galáxias ao fundo.

Galáxia mais distante que já vimos: remonta à expansão inicial do universo.

Mundo alienígena: um planeta fora do Sistema Solar orbitando seu próprio Sol.

Exoplaneta parecido com a Terra: um mundo rochoso a 41 anos-luz de distância.

Anel de Einstein: curioso efeito óptico em uma galáxia a 12 bilhões de anos-luz da Terra.

Galáxias diversas: a Grande Nuvem de Magalhães, uma roda de carruagem e um "enfeite de Natal".

Outros berçários de estrelas: como a Nebulosa de Órion e os Pilares da Criação.

saturno webb - NASA - NASA
25.jun.2023: Saturno, seus anéis e as luas Enceladus, Dione e Tethys
Imagem: NASA
roda carruagem - NASA - NASA
2.ago.2022: Galáxia "Roda de Carruagem" tem formato curioso
Imagem: NASA

Nosso olho no espaço

O James Webb é o sucessor mais poderoso do histórico telescópio espacial Hubble. Ele custou US$ 10 bilhões e décadas de trabalho até ser enviado ao espaço, no dia 25 de dezembro de 2021. Levou alguns meses para ele se "desdobrar" e calibrar os instrumentos.

Sua grande missão é ser como uma máquina do tempo, que pode enxergar o que aconteceu após o Big Bang, há quase 14 bilhões de anos. Os dados estão nos ajudando a desvendar mistérios da formação do universo e a descobrir novos mundos fora do Sistema Solar.

Ele é capaz de espiar mais longe no espaço do que qualquer outro telescópio já fez, graças ao seu enorme espelho principal (de 6,5 metros de diâmetro, fragmentado em 18 hexágonos) e instrumentos de foco infravermelho, permitindo que sua visão atravesse gás e poeira cósmicos.

O mais importante e utilizado é a NIRCam (Near Infrared Camera, ou "câmera de infravermelho próximo"): uma tecnologia de captura de imagens que opera em frequências do espectro visível e invisível, para detectar as emissões das mais antigas galáxias e estrelas, que só agora estão nos atingindo.