James Webb registra pela 1ª vez formação de estrelas mais próxima da Terra
A Nasa revelou nesta quarta-feira (12) uma imagem inédita e impressionante capturada pelo telescópio espacial James Webb, o observatório mais caro e avançado já construído.
A foto mostra o complexo de nebulosas Rho Ophiuchi, a região de formação de estrelas mais próxima da Terra.
Envoltas em um casulo de gás e poeira, há cerca de 30 jovens estrelas. É como um berçário cósmico.
Como está a "apenas" 390 anos-luz de distância, é possível ter uma visão detalhada, sem estrelas em primeiro plano para ofuscar a observação, afirmou a Nasa.
A nova imagem foi divulgada em comemoração ao aniversário de atividades científicas do observatório espacial, que teve os primeiros registros divulgados há exatamente um ano.
"Em apenas um ano, o James Webb transformou a visão da humanidade do cosmos, observando nuvens de poeira e vendo a luz de regiões distantes do universo pela primeira vez. Cada nova imagem é uma nova descoberta, capacitando cientistas de todo mundo a fazer e a responder perguntas com as quais nunca poderiam sonhar", disse Bill Nelson, administrador da Nasa, em comunicado.
Registros históricos do James Webb
Em 12 de julho de 2022, a Nasa fez história ao divulgar as primeiras imagens oficiais do James Webb, marcando o início de suas operações científicas.
Elas revelaram cenas incrivelmente detalhadas de diferentes regiões do universo: galáxias remotas, nebulosas brilhantes e um distante planeta gasoso gigante.
Mas isso era só o começo. Com equipamentos supersensíveis e avançados, o James Webb inaugurou uma nova era da astronomia. Desde então, ele nos surpreende a cada nova observação.
O telescópio espacial também já capturou:
Saturno infravermelho: seus belos anéis e luas sob uma iluminação nunca antes vista.
Detalhes de Júpiter: a Grande Mancha Vermelha, auroras brilhantes nos polos e até anéis discretos.
Anéis e luas de Urano: planeta visto com nitidez e detalhes sem precedentes.
Perspectiva única de Marte: com detalhes das calotas de gelo, crateras e manchas da superfície.
Estrela perfeita: com raios de difração simétricos, e outras estrelas e até galáxias ao fundo.
Galáxia mais distante que já vimos: remonta à expansão inicial do universo.
Mundo alienígena: um planeta fora do Sistema Solar orbitando seu próprio Sol.
Exoplaneta parecido com a Terra: um mundo rochoso a 41 anos-luz de distância.
Anel de Einstein: curioso efeito óptico em uma galáxia a 12 bilhões de anos-luz da Terra.
Galáxias diversas: a Grande Nuvem de Magalhães, uma roda de carruagem e um "enfeite de Natal".
Outros berçários de estrelas: como a Nebulosa de Órion e os Pilares da Criação.
Nosso olho no espaço
O James Webb é o sucessor mais poderoso do histórico telescópio espacial Hubble. Ele custou US$ 10 bilhões e décadas de trabalho até ser enviado ao espaço, no dia 25 de dezembro de 2021. Levou alguns meses para ele se "desdobrar" e calibrar os instrumentos.
Sua grande missão é ser como uma máquina do tempo, que pode enxergar o que aconteceu após o Big Bang, há quase 14 bilhões de anos. Os dados estão nos ajudando a desvendar mistérios da formação do universo e a descobrir novos mundos fora do Sistema Solar.
Ele é capaz de espiar mais longe no espaço do que qualquer outro telescópio já fez, graças ao seu enorme espelho principal (de 6,5 metros de diâmetro, fragmentado em 18 hexágonos) e instrumentos de foco infravermelho, permitindo que sua visão atravesse gás e poeira cósmicos.
O mais importante e utilizado é a NIRCam (Near Infrared Camera, ou "câmera de infravermelho próximo"): uma tecnologia de captura de imagens que opera em frequências do espectro visível e invisível, para detectar as emissões das mais antigas galáxias e estrelas, que só agora estão nos atingindo.
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