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Confide: como funciona app ligado ao assassinato de Marielle e polêmicas

Rafael Souza*

Colaboração para Tilt, em São Luís (MA)

27/07/2023 10h27Atualizada em 27/07/2023 16h22

Além de detalhes sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a delação premiada do ex-PM Élcio Queiroz revelou que ele usava o aplicativo Confide para trocar imagens e outras informações com Ronnie Lessa, preso sob acusação de ser o atirador no crime. Os dois estão presos.

O aplicativo tem como principal característica o foco no envio de mensagens que são apagadas automaticamente após serem lidas. Na prática, a pessoa envia o conteúdo em texto, fotos e/ou vídeos, e as mensagens só ficam disponíveis enquanto o dedo é mantido pressionado na tela.

"Não deixe rastros digitais com o aplicativo Confide", informa a descrição da plataforma na loja de apps do Google. "Com transmissão criptografada, bate-papo anônimo e mensagens de texto privativas, você pode enviar, apagar e ocultar mensagens de texto secretas, tanto em bate-papos particulares como em grupo."

Por causa dessas funcionalidades, o Confide passou a ser o preferido entre pessoas que desejam manter conversas confidenciais, como o então secretário de imprensa, Sean Spicer, e a diretora de comunicações estratégicas, Hope Hicks, durante a gestão Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Após o uso pelos funcionários da presidência norte-americana, o app ficou conhecido como o 'mensageiro da Casa Branca'.

Em 2017, a imprensa americana apontou algumas falhas na segurança, como a possibilidade de mensagens serem interceptadas se o smartphone estivesse conectado a redes públicas de wi-fi.

Uma ação coletiva judicial também indicou que as conversas poderiam ser salvas em 'print screen', além de o conteúdo não se autodestruir, de fato, depois de lido, como prometia a empresa.

Na época, a companhia negou as supostas falhas.

App Confide - Divulgação - Divulgação
Confide divulga em ilustração como funciona seu aplicativo em tablet, celular e computador
Imagem: Divulgação

Desenvolvido nos Estados Unidos, em 2013, o Confide foi criado por Jon Brod e Howard Lerman após uma conversa que tiveram sobre as vulnerabilidades dos aplicativos de mensagens existentes na época, que não ofereciam recursos de segurança adequados para proteger as conversas.

Eles queriam criar uma plataforma que pudesse garantir a privacidade das mensagens e evitar que fossem acessadas por terceiros.

Após baixar o aplicativo, que é pago e com pouquíssimos recursos gratuitos, é necessário criar uma conta. Só então é possível começar a enviar mensagens para outros usuários, adicionando-os à lista de contatos.

A empresa responsável destaca em seu site que o programa funciona em 15 idiomas e está disponível em 200 países.

*Com informações de Saulo Pereira Guimarães, do UOL.