Como vaga-lumes emitem luz e pra que serve? Sexo é um dos fatores
Você já se perguntou o que faz os vaga-lumes emitirem luz? Trata-se de um processo natural, que os cientistas chamam de bioluminescência. A luz destes besouros luminosos é produzida a partir de uma reação química com muita energia. Essa energia química é convertida em energia luminosa, sem que haja produção de calor. Por isso, a luz do bicho é fria, e ele não se aquece quando a emite.
A reação química que acontece no corpo do inseto é chamada de oxidação biológica. Existem quatro substâncias fundamentais para o organismo do vaga-lume emitir luz: oxigênio, o combustível (ou substrato) luciferina, a enzima chamada luciferase, e o ativador trifosfato de adenosina (ATP). Todos os seres vivos possuem ATP, que é a principal fonte energética usada pelo metabolismo das células. No caso dos vaga-lumes, essa energia é usada para emissão de luz.
Para que serve essa luzinha?
Na fase de larva, a bioluminescência dos vaga-lumes pode ser útil para se defender de predadores ou atrair insetos para comer. Na fase adulta, é usada para conquistar o sexo oposto na época de acasalamento, numa dança luminosa.
Há centenas de espécies de besouros luminescentes no Brasil, distribuídos em três famílias: os vaga-lumes (lampirídeos), os pirilampos (elaterídeos) e os bondinhos (fengodídeos). Os primeiros têm as lanternas no abdômen. Já os pirilampos possuem um par de lanternas verdes no tórax, enquanto os bondinhos conseguem iluminar a cabeça e as laterais do abdômen.
As cores emitidas pelos vaga-lumes variam do vermelho ao verde, passando por tons intermediários, dependendo da espécie e da família. A proteína catalisadora da reação bioluminescente, chamada luciferase, é responsável por determinar a cor da luz emitida por cada espécie.
Entre outros seres bioluminescentes, as larvas luminosas de uma mosca que habitam os tetos de cavernas na Nova Zelândia e na Austrália atraem turistas do mundo inteiro com seus "shows de luzes". Bactérias, cogumelos e algas também são capazes de emitir luz. Apesar dessa capacidade, essas criaturas não produzem calor ao se iluminar.
Fonte: Etelvino Bechara, professor no Laboratório de Radicais Livres e Bioluminescência do Instituto de Química da USP.
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