'Assassino de árvores': como um fungo se espalhou por área de 900 Maracanãs

O maior organismo do mundo não é a baleia azul, muito menos a sequoia gigante. O fungo Armillaria ostoyae, apelidado de "Humongous fungus" (algo como "fungo gigante", em tradução livre), é o dono do posto e ocupa uma área de cerca de 9 km² na Floresta Nacional Malheur, que fica na região das Blue Mountains, no estado norte-americano do Oregon.

Predador invisível

Esse tipo específico do fungo Armillaria é o maior organismo terrestre conhecido no planeta, de acordo com o Serviço Florestal dos Estados Unidos. O que chama a atenção na espécie é o tamanho que ela pode atingir, mesmo que seja praticamente invisível.

O organismo ocupa uma área de cerca de 9 km² — equivalente a 900 campos de futebol — da Floresta Nacional Malheur, nos EUA, e estima-se que pese em torno de 35 mil toneladas e tenha cerca de 2.500 anos.

Ele é composto por micélios, uma rede de fibras interconectadas que age como "raiz", e o corpo principal do fungo. Além disso, tem também rizomorfos pretos, que lembram cadarços. Essa estrutura fica espalhada sob a superfície, se parece com raízes das plantas e é capaz de transportar nutrientes por grandes distâncias.

Área que o fungo gigante é registrado nos EUA
Área que o fungo gigante é registrado nos EUA Imagem: Reprodução

Os fungos do gênero Armillaria também são conhecidos como cogumelo-do-mel. Embora seja improvável que você encontre parte do Humongous Fungus sobre o solo, às vezes o cogumelo-do-mel pode aparecer na superfície em torno de troncos de árvores.

No entanto, os cogumelos que vemos surgindo em árvores ou no solo são, na verdade, apenas o corpo frutífero do organismo fúngico, como uma flor é apenas uma parte temporária de uma planta, de acordo com o Museu de História Natural de Utah, nos EUA.

Outra evidência visual da presença do Armillaria ostoyae são as árvores mortas, já que o fungo passa a vida extraindo nutrientes das árvores, fazendo com que elas morram e apodreçam.

O Armillaria ostoyae pode, inclusive, reabsorver substâncias perdidas no solo que alertam as árvores sobre sua presença. Desta maneira, a espécie evita a tentativa de defesa das árvores e isso permite que eles sigam sugando os nutrientes delas, segundo pesquisa de 2017 publicada na revista Nature Ecology and Evolution e divulgada pelo The New York Times.

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Os cientistas não têm certeza de quais fatores que permitiram que essa espécie se tornasse tão grande e tão longeva.

*Com matéria de agosto de 2023

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