A Índia já chegou lá: o que tanto procuram na região misteriosa da Lua?

A Índia se tornou nesta quarta-feira a primeira nação do mundo a pousar no polo Sul da Lua e o quarto país a conseguir fazer uma alunissagem. Fazem parte do seleto grupo os Estados Unidos, a Rússia (antiga União Soviética) e a China.

O país pousou o lander (aterrissador) Vikram e o rover (jipe) Pragyan — um robô sobre rodas para explorar a superfície lunar. O feito faz parte da missão Chandrayaan-3.

O que tem no polo Sul da Lua?

O polo Sul da Lua é uma região pouco explorada e que desperta interesses econômicos e científicos de diferentes nações.

Esta região da Lua tem um visual bem diferente daquele que conhecemos nas fotos das missões Apollo, que aconteceram em regiões mais equatoriais.

Nas extremidades, como o Sol aparece bem próximo ao horizonte, a paisagem é escura, com sombras longas. E o terreno é mais acidentado, com muitas crateras e depressões.

Visão da Lua observada pela sonda Chandrayaan-3 durante órbita em volta do satélite natural da Terra
Visão da Lua observada pela sonda Chandrayaan-3 durante órbita em volta do satélite natural da Terra Imagem: Isro/Divulgação via Reuters

É uma região que nenhum humano conseguiu visitar durante as missões passadas ao nosso satélite natural.

Acredita-se que por lá há importantes recursos escondidos. Além de minerais raros de se encontrar na Terra, existe a chance de que essas regiões frias e escuras tenham água congelada.

Na prática, a presença de água poderia viabilizar uma presença humana sustentável fora da Terra: daria para beber, extrair oxigênio para respirar e até fazer combustível para foguetes, que poderão chegar mais longe.

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Um dos objetivos é que a Lua seja uma espécie de "pitstop" para um voo mais longo até Marte, por exemplo.

Superfície da Lua, em imagem captada pela missão indiana
Superfície da Lua, em imagem captada pela missão indiana Imagem: Indian Space Research Organization via The New York Times

Corrida para voltar à Lua

Após o fim da Guerra Fria, tanto os EUA como a União Soviética cessaram os esforços de missões tripuladas para a Lua. No entanto, a corrida agora é justamente para tentar estabelecer uma presença humana constante nas próximas décadas.

Recentemente, Israel e Japão falharam em missões não tripuladas para tentar fazer uma alunissagem (termo técnico para "pouso na Lua").

No último fim de semana, foi a vez de a Rússia falhar. A espaçonave acabou colidindo com a superfície da Lua durante a preparação para a descida.

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A Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos) tem planos de ter uma missão tripulada à Lua em 2025 (missão Artemis) e tentar avançar no objetivo de criar uma base para um futuro voo até Marte. A China diz que fará uma missão tripulada ao nosso satélite natural antes de 2030.

*Com reportagem de Marcella Duarte

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