Astrônomos descobrem campo magnético mais antigo já visto no Universo
Astrônomos detectaram o campo magnético de uma galáxia tão distante que sua luz levou mais de 11 bilhões de anos para nos alcançar, sendo considerado o elemento mais antigo já visto no Universo.
O que se sabe:
O campo foi detectado graças ao Alma (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), considerado o maior radiotelescópio do planeta, e surgiu 2,5 milhões de anos após o Big Bang, durante a formação das galáxias.
A descoberta lança luz sobre a formação do Universo e pode levar a mais observações de campos magnéticos em galáxias distantes.
Muitos corpos astronômicos no Universo têm campos magnéticos, incluindo planetas, estrelas e galáxias, explicam os pesquisadores, em um artigo científico publicado hoje na revista Nature.
O campo magnético é um elemento frequente nas vizinhanças solares, mas sua formação e origem eram desconhecidas até esta descoberta.
O campo detectado pelo Alma estava alinhado com o disco de rotação da galáxia, corroborando teorias e reforçando a ideia de que seu surgimento está ligado à formação de estrelas.
Muitas pessoas podem não estar cientes de que toda a nossa galáxia e outras galáxias estão repletas de campos magnéticos, abrangendo dezenas de milhares de anos-luz. Esta descoberta nos dá novas pistas sobre como os campos magnéticos são formados na escala galática.
James Geach, professor de astrofísica na Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, e autor principal do estudo
Para fazer a detecção, a equipe procurou a luz emitida por grãos de poeira numa galáxia distante, 9io9. As galáxias estão repletas de grãos de poeira e quando um campo magnético está presente, os grãos tendem a alinhar-se e a luz que emitem torna-se polarizada.
Isto significa que as ondas de luz oscilam ao longo de uma direção preferida, em vez de aleatoriamente. Quando o Alma detectou e mapeou um sinal polarizado vindo de 9io9, a presença de um campo magnético numa galáxia muito distante foi confirmada pela primeira vez.
A descoberta abre uma nova janela para o funcionamento interno das galáxias, porque os campos magnéticos estão ligados ao material que está formando novas estrelas
Rob Ivison, astrônomo e coautor do estudo.
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