Amazon transforma Alexa em IA generativa e cria rival para ChatGPT e Bard
A Amazon acaba de anunciar que sua famosa assistente virtual, a Alexa, recebeu um novo modelo de inteligência artificial generativa. Em breve, será possível conversar com ela da mesma maneira que fazemos com o ChatGPT, da OpenAI, ou o Bard, do Google —mas por voz.
Com isso, a Alexa ganha a capacidade de emitir opiniões e de criar conteúdos "da cabeça dela", como escrever mensagens e inventar histórias e poesias.
Nosso modelo mais recente foi otimizado especificamente para voz e para as coisas que sabemos que nossos clientes adoram, como ter acesso a informações em tempo real, controlar com eficiência sua casa inteligente e aproveitar ao máximo seu entretenimento doméstico
Dave Limp, vice-presidente sênior de dispositivos e serviços
Na prática, uma das maiores mudanças é que não será mais preciso ficar repetindo "Alexa" toda hora para interagir: dá para fazer uma pergunta na sequência da outra ou adicionar informações em seu pedido que ela vai entender sobre o que é. Hoje, para cada frase, é necessário dizer a palavra de ativação.
A latência (tempo até a resposta) também foi reduzida, deixando as conversas dinâmicas, sem aquela pausa chata até ela falar. E, para alegria dos brasileiros, a Alexa vai ficar ainda mais expressiva, demonstrando emoções, como surpresa e animação. Para reforçar esse traço de sua personalidade, ela irá responder de maneira ainda mais informal, usando interjeições, como "uhul" e "aham", e risadas.
"É como um ser humano falando", ressaltou Limp. "Sempre dizemos que o jantar mais chato é aquele em que ninguém tem opinião, então a Alexa, alimentada por este LLM [grande modelo de linguagem computacional, na sigla em inglês], terá opiniões. E, claro, com as piadas e referências que já amamos nela."
Nos dispositivos com câmera, como os Echo Show, até o olhar e os gestos serão considerados nas interações. Neles, será possível ativar a Alexa apenas chegando perto dela e fazer pedidos com o movimento dos olhos — o que é especialmente interessante para pessoas com deficiência.
Estudamos muito o que faz uma boa conversa. Não são apenas palavras; é a linguagem corporal, é entender a quem você está se dirigindo, é contato visual e gestos Dave Limp
O lançamento da nova habilidade da Alexa aconteceu na recém-inaugurada segunda sede da empresa, em Arlington (EUA), durante um evento global nesta quarta-feira (20). Foi apresentado um vídeo mostrando algumas interações:
Para que serve?
- Dar mais fluidez às tradicionais funções de casa inteligente, como controlar lâmpadas por meio de uma conversa contínua. Por exemplo: "Alexa, ligue a luz da sala e desligue a do quarto. Ah, e também bote o ar condicionado em 25 graus".
- Informar sobre fatos, como um show ou uma partida de futebol: "Quem ganhou o jogo de hoje? Qual foi o placar? Quem fez os gols?".
- Ajudar nas atividades domésticas, como cozinhar uma receita: "O que dá para fazer com essas coisas que tenho na geladeira?".
- Ter conversas aleatórias de entretenimento. O modo "Vamos conversar" (Let's Talk) ativa uma interação fluida e ilimitada. Dá para perguntar opiniões para a Alexa, por exemplo, "qual seu time favorito", ou pedir para ela criar poemas, histórias para crianças ou até mensagens para enviar a um amigo.
Como vai dar para usar?
A Alexa conversacional poderá ser ativada em todos os alto-falantes Echo existentes, desde o primeiro modelo lançado em 2014. Os mais antigos ou sem tela e câmera, porém, devem ter acesso limitado às funções.
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Quero receberComo de costume, chegará primeiro aos clientes dos Estados Unidos, que "em breve terão acesso a esses novos recursos por meio de uma visualização gratuita nos dispositivos que já possuem", declarou a empresa.
Ainda não há data para a função chegar a outros países, mas "internacionalização é uma prioridade", informa a Amazon.
*a jornalista viajou a convite da Amazon
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