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Quem é o cientista que prevê o despertar de 'vírus zumbis' de 50 mil anos

O permafrost é o solo congelado do Ártico que nunca derrete. Mas sob o impacto do aquecimento global, esse solo (25% do hemisfério norte) está se aquecendo cada vez mais Imagem: AFP

Colaboração para Tilt

18/10/2023 08h48

As descobertas do cientista e professor Jean-Michel Claverie revelam mais uma das possíveis consequências das mudanças climáticas. Em suas pesquisas, ele alerta que o derretimento de permafrost siberiano e a exposição das camadas profundas do solo podem expor novas ameaças virais com potencial de contaminar humanos.

Ou seja: à medida que o permafrost descongela, vírus dormentes, ou "vírus zumbis", podem ser liberados e, consequentemente, representar uma ameaça.

Claverie mostrou que vírus podem ser revividos após extraídos do permafrost siberiano pela primeira vez em 2014. Saiba mais sobre a carreira do virologista.

O cientista Jean Michel Claverie Imagem: Reprodução/YouTube

Quem é Jean-Michel Claverie?

Claverie nasceu e cresceu em Paris, na França, mas rodou o mundo com o seu trabalho. Segundo a Bloomberg, em 1979, ele recusou um lugar no laboratório do famoso biofísico Alexander Rich para encontrar o biólogo ganhador do Prêmio Nobel Francis Crick em San Diego, nos EUA. Do encontro, veio uma indicação de emprego.

Professor e pesquisador. Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Aix-Marseille, no sul da França, ele já ocupou cargos de pesquisa no CNRS (Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica), no Instituto Salk, no Instituto Pasteur, no Centro Nacional de Informação Biotecnológica dos EUA e na Incyte, uma empresa biofarmacêutica global. As informações são do site Think Global Health.

Laboratório em parceria com a esposa. Também de acordo com o portal, ele criou um laboratório com sua esposa e colega de trabalho, Chantal Abergel. Em 2014, eles criaram o novo campo da "paleovirologia" com a descoberta dos primeiros vírus infecciosos no antigo permafrost da Sibéria.

Caçador de vírus. Claverie pesquisa um tipo específico de vírus que descobriu em 2003. Conforme publicado pela CNN norte-americana, ele estuda vírus "gigantes", que são muito maiores do que outros tipos de vírus e visíveis sob um microscópio de luz normal.

Pesquisa inspirada por cientistas russos. Ainda segundo a CNN, os esforços de Claverie para detectar especificamente os vírus congelados no permafrost foram parcialmente inspirados por cientistas russos que, em 2012, reviveram uma flor silvestre a partir de um tecido de semente com 30 mil anos encontrado na toca de um esquilo.

Ele pensou que se algo tão complexo como uma planta de floração pudesse ser revivido, então poderíamos esperar reviver vírus também do permafrost.
Chantal Abergel à Bloomberg

Revivendo vírus congelados. Em 2014 e em 2015, o cientista conseguiu reviver vírus que estavam congelados no permafrost. Por motivos de segurança, os vírus escolhidos só poderiam atingir amebas unicelulares, e não humanos ou animais.

"Vírus zumbis". Já em 2019, a equipe de Claverie isolou 13 novos vírus, incluindo um que estava congelado sob um lago há mais de 48.500 anos. Os resultados do estudo foram publicados em 2022, e o cientista enfatizou que uma infecção viral antiga e desconhecida em humanos, animais ou plantas poderia ter efeitos "desastrosos".

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