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Testamos: apesar da bateria, Galaxy Watch6 é melhor smartwatch para Android

Rodrigo Lara

Colaboração para Tilt, de São Paulo

19/10/2023 04h11Atualizada em 19/10/2023 18h45

Se você tem um celular Android e procura um relógio inteligente, dificilmente encontrará um modelo mais completo do que o Galaxy Watch6.

Tilt testou a versão de 44 mm do modelo e, de cara, é bom deixar claro que é praticamente impossível falar da linha Galaxy Watch e não dizer que ela é o "Apple Watch da Samsung". Não que o modelo da Apple seja uma espécie de sinônimo para relógios inteligentes, especialmente se considerarmos que diversas marcas oferecem produtos do tipo, mas sim pelo fato de que ele só funciona em iPhone. No caso do Galaxy Watch, ocorre o contrário: ele só não funciona em iPhone.

Lançado no Brasil no fim de julho, o aparelho é encontrado no site da marca a partir de R$ 2.249,10, mas sai mais barato em lojas varejistas.

Como sou usuário dos celulares da Apple, a solução foi pegar um smartphone da própria Samsung emprestado. E devo dizer que o "esforço" adicional valeu a pena: até o momento de produção desse texto, a experiência com o Galaxy Watch6 praticamente não teve nenhum detalhe negativo.

Quando perguntada sobre quanto o Galaxy Watch6 precisa de um de seus aparelhos para funcionar, a Samsung não enrola muito e afirma o seguinte:

Alguns recursos são suportados por meio de aplicativos da Samsung, como o Samsung Health Monitor, cuja disponibilidade pode variar de acordo com o país ou modelo do dispositivo. Além disso, tanto Watch6 quanto Watch6 Classic são compatíveis com dispositivos que executam o Android 10 ou superior, com mais de 1,5 GB de memória. Sendo assim, em função dos apps exclusivos, como o Samsung Health Monitor, a experiência completa com os smartwatches é num smartphone Samsung Samsung, em nota

Em resumo: o relógio até funciona em outros Android, em que é possível usar algumas funções dele. Mas quer aproveitar tudo que ele tem a oferecer? Vai precisar de um smartphone Samsung.

Bateria é o ponto negativo

O "praticamente não teve nenhum detalhe negativo" fica por conta de uma característica na qual os relógios de Huawei e Xiaomi são imbatíveis: a duração da bateria.

Por mais que tenha tido um leve incremento de 16 mAh de capacidade em relação ao Galaxy Watch5 - são 300 mAh agora -, o Galaxy Watch6 não fica dois dias ligado sem recarga. Na verdade, ele dura pouco mais de um dia longe da tomada se o uso for mais acentuado.

Se você for o tipo de pessoa que aproveita a noite para carregar celulares e smartwatches, não deve fazer diferença. Agora, se a ideia é aproveitar as funções de monitoramento de sono do aparelho, é bom ter em mente que em algum momento do dia ele terá que sair do seu pulso.

Feita essa ressalva, é importante dizer que o Galaxy Watch6 não decepciona em nada do que se propõe.

Fácil de usar

O visual da linha Galaxy Watch é mais sóbrio e se esforça para ter a aparência de um relógio tradicional, o que faz com que ele seja um gadget coringa: pode ser usado tanto na academia quanto em compromissos formais - as pulseiras intercambiáveis ajudam nisso.

Levemente ovalado, o visor cresceu um pouco em relação ao seu antecessor: agora tem 1,3 polegada (3,3 cm) na versão de 40 mm, 0,1 polegada a mais do que o Watch5. Na versão de 44 mm, o visor tem 1,5 polegada (3,8 cm), contra 1,4 do modelo anterior.

Parece uma diferença irrisória, mas, como falamos de um aparelho pequeno por si só, qualquer ganho que não represente um aumento considerável de dimensões é bem-vindo. E, neste caso, o relógio até ficou um pouco mais compacto, sendo 0,8 mm mais fino do que o Watch5 em ambas as versões. O peso, por sua vez, se manteve praticamente inalterado.

Ainda no quesito tela, ela utiliza um painel Super Amoled com resolução de 480 x 480 pixels. Traduzindo para o dia a dia: essa configuração permite que se enxergue com clareza o visor do relógio mesmo ao ar livre e em dias ensolarados - nessa situação, só reflexos podem atrapalhar. O visor ganhou o modo "always on display", que deixa a tela o tempo todo ligada, mas com brilho reduzido - não vi nenhuma vantagem nessa função, que só gasta mais bateria.

Para operar o relógio, você usa a já tradicional tela sensível ao toque e dois botões - um retorna imediatamente à tela inicial e o outro é um "voltar à tela anterior". Ponto interessante sobre esses botões é eles serem idênticos, o que permite usar o relógio em qualquer um dos pulsos, bastando trocar as pulseiras de posição.

Por fim, acessar os principais poderes do relógio é algo simples: basta deslizar a tela para cima para revelar uma série de ícones bem intuitivos que indicam o que cada um faz - caso fique na dúvida sobre algum deles, basta segurar sobre o ícone.

Dois incrementos em relação à geração anterior, o novo processador Exynos W930 (dual core, 1,4 GHz) e a memória RAM de 2GB deixam a navegação bastante rápida e sem engasgos.

Menu completo

Ainda que as funções mais triviais, como monitoramento de batimentos cardíacos e acompanhamento esportivo, sejam as mais procuradas em um smartwatch, o Galaxy Watch6 passa longe de se limitar a elas.

As modalidades esportivas passam da casa da centena. Mas o monitoramento de saúde merece destaque. Ele não só mede batimentos, oxigenação do sangue, qualidade do sono e nível de estresse. O Galaxy Watch6 é um parceiro na hora de vigiar o consumo de água, fazer eletrocardiograma e medir a composição corporal.

Fora isso, há aplicativo de pagamento, assistente de voz, reprodutor de música e é possível baixar outros aplicativos na loja Google Play. A integração com o aplicativo "companheiro" é excelente, tanto que é possível configurar o relógio quase em sua totalidade por ele.

Vale a pena?

Em toda a minha experiência com o aparelho, a sensação é que ele oferecia mais do que eu, de fato, precisava ou estava disposto a aproveitar.

Completo, o Galaxy Watch6 não fará qualquer usuário sentir falta de algo. Considerando seus concorrentes - e aqui não falo do Apple Watch por ele não funcionar em Android -, ele oferece a melhor interação aparelho-aplicativo e o mais completo conjunto de funções. Só fica atrás no quesito bateria. Se você não tem um smartwatch, a escolha tem tudo para agradar, caso você tenha disposição para gastar o que a Samsung cobra.

A situação é diferente, porém, se você tiver um Galaxy Watch5 e estiver pensando em um upgrade. Neste caso, as evoluções no novo modelo são pequenas. Não há nada que faça do Watch6 um avanço considerável sobre o anterior. Se a ideia for levar um relógio da marca e economizar, a sugestão é apostar em um Galaxy Watch5, que pode ser encontrado custando cerca de R$ 500 a menos que o mais recente lançamento.

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