Existe 'buraco negro de Curitiba'? O caminho das compras asiáticas até você
De Tilt, em São Paulo
01/11/2023 04h00Atualizada em 01/11/2023 11h31
Pesquisar produtos em sites asiáticos é um passatempo que consome horas no dia de milhares de brasileiros. Mas, depois que o carrinho cheio vira compra confirmada, começa uma jornada "angustiante" para muitos: a viagem dos pacotes até o endereço final.
Há quem elogie a agilidade no transporte do produto. Outros questionam a demora para receber o pacote. A situação depende da agilidade dos Correios, da Receita Federal e de outros órgãos que fiscalizam as entregas — dependendo do seu conteúdo.
Entenda o caminho dos pacotes:
Na hora de efetuar a compra, o cliente tem inúmeras opções de frete, com preço proporcional à agilidade. Entregas não urgentes chegam na casa do consumidor até 40 dias úteis após a liberação da Receita Federal.
Com a compra confirmada, os pacotes chegam ao Brasil de navio ou avião. No caso do transporte aéreo, mais rápido, o processo leva em torno de dez dias.
Ao chegar no país, boa parte das entregas ainda faz escala em um Centro Internacional de Distribuição —que não, não fica sempre em Curitiba. Os Correios também têm pontos em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
Mas, sim, é nesta parte que a nota fiscal do produto será analisada, e os dados fiscais e a segurança da carga devem estar em dia para que o seu pacotinho seja liberado.
Aqui a encomenda passa pela Receita Federal e outros órgãos fiscalizadores, como a Polícia Federal, o Exército, a Anvisa e a Anatel.
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De olho nas taxas
É importante que o dono ou a dona do pedido verifique com frequência o portal "Minhas Importações", no site dos Correios, para verificar e cumprir as exigências. Entre elas, está a temida "taxa", que não é cobrada em compras de até US$ 50.
Diante do grande fluxo, a Receita não tem como fiscalizar tudo, mas se o seu item for analisado e ele não estiver dentro das regras de isenção de imposto, o órgão vai cobrar uma taxa sobre ele.
A isenção sempre existiu para envios entre pessoas físicas, mas se estendeu esse ano a pacotes vindos de pessoas jurídicas que aderiram ao programa Remessa Conforme. AliExpress, Shein e Shopee estão entre as empresas que já se inscreveram.
O imposto para compras acima dos US$ 50 está mantido, mas a expectativa com as novas regras de importação é que as taxas sejam embutidas no carrinho.
Além disso, a declaração de importação deve ser feita pelas empresas antes do envio dos produtos, o que, se feito corretamente, agiliza o processo na Alfândega.
Se atendidas todas as exigências, a encomenda sai, finalmente, para seu destino: o endereço indicado pelo remetente.
Mas, atenção: itens como bebidas alcoólicas, produtos de tabacaria, armas e animais silvestres não são entregues se importados pelos Correios.
E, segundo o Ministério da Fazenda, 100% das encomendas que chegam no Brasil passam por um sistema de raio-X.
Entrega feita por empresas particulares
Serviços particulares também são uma opção para consumidores que querem uma entrega mais rápida, sem se importar tanto com o preço.
Uma das maiores do setor, a DHL é uma das que manuseia pacotes vindos da China. O serviço de logística usa os dados da compra para fazer a declaração à Receita Federal antes mesmo que a carga chegue ao Brasil.
Seus pacotes chegam sempre de avião, nos aeroportos de Guarulhos (SP) e Viracopos (SP).
O preenchimento das informações pelo próprio site que faz a venda encurta o caminho até a casa do consumidor: no próprio aeroporto, a Receita avisa quais pacotes precisam passar por alguma outra inspeção.
Os outros são colocados para transporte em áreas exclusivas da DHL Express e distribuídos pelo Brasil.
Se houver necessidade de novas inspeções, o processo é semelhante ao dos Correios: a empresa solicita ao importador que atenda às exigências para que o produto possa ser liberado.