China identifica espiões pelo modo de andar: como a IA mudou a vigilância
As autoridades norte-americanas e chinesas estão sempre concentradas na coleta de informações sobre as capacidades militares de cada um —recentemente um balão espião da China foi derrubado pelos EUA. E agora surge também a desconfiança de que usam a inteligência artificial para espionagem.
Ambos os países correrem para desenvolver suas próprias ferramentas de IA, mas a China já consegue identificar pessoas só pela maneira de andar. Isso tornou mais difícil para os EUA fazer agentes norte-americanos circularem livremente no país oriental.
Reconhecimento de caminhada
Um ex-oficial da inteligência dos EUA relatou ao The New York Times que a China possui um software de inteligência artificial que pode, além de reconhecer rostos, detectar o andar de um espião norte-americano. Isso significa que os disfarces tradicionais não são mais suficientes para evitar uma provável detecção no país.
A ferramenta de vigilância chamada de "gait recognition" (reconhecimento de caminhada, em tradução livre) começou a ser implantada em meados de 2018.
No geral, a China usa esse tipo de IA para reconhecer criminosos em multidões. Porém, considerando o contexto histórico de competição tecnológica e disputa geopolítica, esse emprego da tecnologia poderia substituir os próprios confrontos armados, a exemplo da corrida espacial durante a Guerra Fria.
Ainda segundo o jornal, Dennis Wilder, ex-analista de inteligência dos EUA sobre a China e pesquisador sênior da Universidade de Georgetown, disse que uma das principais prioridades das agências de inteligência chinesas é entender as intenções dos líderes norte-americanos.
Eles procuram planejamento e intenções. O que o secretário de Estado está realmente pensando? O que ele está realmente fazendo? Quais são as operações que a CIA está tocando?
O governo dos EUA estende o alerta a países aliados, afirmando que as capacidades de vigilância eletrônica da China podem se expandir se as nações do mundo utilizarem tecnologia das empresas de comunicações chinesas.
Tecnologia, balões, hackers e informantes
O sobrevoo de um balão chinês nos EUA em fevereiro levantou questões sobre quais métodos o gigante asiático usa para coletar informações de outros países.
Em termos de espionagem, as principais queixas dos norte-americanos em relação a Pequim são:
- o hackeamento de sistemas de computadores de países rivais para obter segredos industriais e comerciais;
- cidadãos chineses vivendo no exterior para espionar e roubar tecnologias sensíveis;
- o estabelecimento de vínculo com personalidades políticas e econômicas de alto nível;
- e espécies de "delegacias de polícia" escondidas nos EUA e em outros países.
*Com informações da AFP
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