Robôs com braços mecânicos e ventosas são programados para colher frutas
A utilização de robôs dotados de braços coletores e equipados com sistemas de visão computacional e inteligência artificial já é realidade em alguns países do mundo, embora em caráter experimental.
Em Portugal, aparelhos robóticos criados pela Fieldwork Robotics, spin-off da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, colhem 1 quilo de framboesa por hora desde 2021. O principal laboratório para o desenvolvimento dessa tecnologia são estufas da empresa britânica Summer Berry Company, localizadas em Odemira, município no sudeste de Portugal.
Além do desafio de desenvolver braços robóticos sensíveis o suficiente para não machucar as frutas ao arrancá-las do caule, o fabricante trabalha para quadruplicar a capacidade de colheita, capacitando as máquinas para coletar 25 mil frutos por dia, ante 15 mil que um trabalhador retira do pé a cada turno de oito horas.
A expectativa da fabricante é ter 45 robôs trabalhando nos 130 hectares da propriedade da Summer Berry ainda este ano.
A companhia agrícola britânica também utiliza autômatos da norte-americana Tortuga AgTech na colheita de morangos. A solução foi desenvolvida exclusivamente para cultivo hidropônico, com irrigação suspensa, o que facilita o trabalho dos robôs.
A parceria começou em 2020, e atualmente 50 robôs colhem os morangos da Summer Berry no Reino Unido - com potencial para escalar mais de 500 unidades.
Outra empresa que já oferece robôs para substituir a colheita manual de frutas é a israelense Tevel Aerobotics, criada em 2017. A startup desenvolveu drones para colher pêssegos, nectarinas, ameixas, maçãs, damascos e peras.
Conectados por cabo a uma plataforma que se move pelos corredores da lavoura, os autômatos voadores são capazes de identificar os frutos que estão maduros graças a um sistema embarcado de visão computacional.
A coleta é feita por braços mecânicos com ventosas instaladas nas extremidades. Os aparelhos com aspecto futurista começam a ser utilizados, na modalidade de aluguel, por agricultores dos Estados Unidos, da Itália e do Chile.
No Brasil, a startup gaúcha Autofarm iniciou no fim do ano passado o desenvolvimento de um robô autônomo para colher maçãs. O primeiro protótipo, dotado de visão computacional e braço industrial robótico, foi testado em abril com resultados positivos. Segundo Tobias Grazziotin, fundador da empresa, um modelo viável para o mercado ainda deve levar pelo menos três anos para ficar pronto.
Relatório
DUCKETT, T. et al. Agricultural robotics: The future of robotic agriculture. UK-RAS White Papers. 18 jun. 2018.
Este texto foi originalmente publicado por Pesquisa FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.
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