Tchau, professores? Como nova IA do Google resolve lições difíceis e mais
Sabe aquela lição de casa complexa de física que você não consegue resolver? O Google vai te ajudar. Pelo menos é o que promete a atualização do Bard, chatbot de IA (inteligência artificial) da empresa, que começa a ser liberada hoje gratuitamente — inicialmente apenas em inglês, mas que deve ser disponibilizada em português em breve.
Com a atualização, você poderá subir a foto de uma folha com os exercícios de física anotados (à mão mesmo), e o Bard vai automaticamente reconhecer e indicar quais estão certos e errados. Depois, você ainda pode pedir para ele explicar o que está errado (diga: "me explique como resolver esse problema").
Segundo o Google, com a inclusão do Gemini Pro ao Bard este se torna o modelo de inteligência multimodal mais avançado do mundo.
Por multimodal, entenda que é um sistema que foi treinado com áudio, imagem e texto ao mesmo tempo, o que permite que ele entenda, por exemplo, problemas matemáticos que estejam em uma folha impressa anotada.
Na prática, você consegue subir um arquivo de áudio, imagem ou texto e o sistema vai entender do que se trata. A partir disso, você poderá fazer perguntas.
A demonstração chama a atenção, pois mostra como o uso da inteligência artificial poderá auxiliar no trabalho de professores da área de exatas — segmento que até então os sistemas de inteligência artificial costumavam ir mal, pois boa parte dos modelos disponíveis tinha sido treinada apenas com texto.
Outra área de influência é a programação. O Google explicou que o Gemini consegue criar códigos avançados nas linguagens Python, C++, Go e Java.
Com isso, o Google quer se diferenciar da OpenAI, que faz o ChatGPT.
O GPT4, modelo mais avançado do ChatGPT, também consegue ler e interpretar distintos modais, como imagem, mas está disponível apenas para pagantes (com mensalidade de US$ 20 — cerca de R$ 100).
Além disso, o chatbot já foi alvo de críticas por não ser tão bom em matemática — algo que a empresa diz estar melhorando para os implementar assim que disponível.
Não custa lembrar que apesar das demonstrações, todas as inteligências artificias ainda estão suscetíveis a "alucinarem". Ou seja, quando não entendem, elas criam uma resposta que pode parecer convincente, mas não faz o menor sentido.
Para o próximo ano, o Google promete liberar o que eles chamam de Gemini Ultra, uma atualização que também permitirá analisar vídeos, além de imagem, textos e áudios.