Mark Zuckerberg pede desculpas por impacto de redes sociais em crianças
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, pediu desculpas a famílias que tiveram crianças e adolescentes afetados por conteúdos de exploração sexual infantil em redes sociais do grupo, como o Instagram e o Facebook.
O que aconteceu
Senador acusou o CEO da Meta de não trabalhar para derrubar postagens criminosas. O republicano Josh Hawley, de Missouri, questionou o CEO da Meta sobre sua declaração de que não havia evidências claras de que o uso de redes sociais era prejudicial à saúde mental.
Zuckerberg virou de frente às famílias e se dirigiu a elas após provocação. "[As famílias] estão aqui. Você já pediu desculpas às vítimas? Gostaria de fazê-lo agora? Você está aqui, estamos ao vivo na TV. Mostrem as fotos", disse Hawley, o que motivou a ação do empresário.
"Sinto muito por tudo o que vocês passaram", declarou o CEO da Meta. "Ninguém deveria passar pelas coisas que as suas famílias sofreram. É por isso que investimos tanto e continuaremos os esforços para ter certeza que ninguém passe pelo [mesmo] tipo de coisas", acrescentou.
Dirigentes da Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp), X (antigo Twitter), TikTok, Discord e Snap compareceram ao Senado dos EUA hoje. Além de Zuckerberg, estiveram presentes Linda Yaccarino, do X, Shou Zi Chew, do TikTok, Evan Spiegel, do Snap, e Jason Citron, do Discord.
Grandes empresas de tecnologia são acusadas de não fazer o suficiente para limitar os riscos para crianças em suas plataformas. Foram citados tanto o risco de predadores sexuais quanto o suicídio de adolescentes. Várias vítimas participaram da sessão "As grandes companhias de tecnologia e a crise de exploração sexual infantil online", convocada pela Comissão Judiciária do Senado.
A Meta afirmou que bloquearia mensagens diretas enviadas a adolescentes por desconhecidos. Por padrão, menores de 16 anos só podem receber mensagens ou serem adicionados a conversas em grupo por pessoas com quem já estão conectadas.
O X também anunciou na semana passada que está formando uma equipe para eliminar conteúdo de exploração sexual infantil. Quando Elon Musk adquiriu o Twitter em 2022, implementou enormes cortes de pessoal que resultaram na redução das equipes de segurança da empresa. "O X acredita que a liberdade de expressão e a segurança da plataforma podem e devem coexistir", afirmou Yaccarino à comissão.
A empresa ainda reforçou as restrições de conteúdo para adolescentes no Instagram e Facebook. Com isso, mensagens que falam de suicídio, automutilação e transtornos alimentares têm visualização limitada, afirma a empresa.
Zuckerberg teria se recusado a fortalecer as equipes dedicadas a rastrear os perigos online para menores. Os documentos internos da Meta foram citados pelos senadores durante a audiência.
Esses documentos fazem parte de uma ação judicial envolvendo cerca de 40 estados dos EUA contra a Meta. Os procuradores-gerais alegam que a empresa permite a entrada de usuários com menos de 13 anos no Instagram e desativa apenas parte dessas contas. Os processos também acusam a Meta de esconder estudos internos que comprovam danos aos usuários do Instagram e do Facebook.
Segundo a legislação dos Estados Unidos, as redes estão em grande parte protegidas da responsabilidade legal pelo conteúdo compartilhado em seus sites. Os congressistas apoiam a ideia de estabelecer mais regulamentações. Um dos projetos de lei, por exemplo, busca proteger as crianças de algoritmos que podem desencadear ansiedade ou depressão. Outra proposta consiste em exigir que as redes sociais verifiquem a idade dos titulares de contas e proíbam completamente o acesso a menores de 13 anos.
*Com informações da AFP
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