Fique alerta e se proteja: estes são os golpes do Pix mais famosos

Lançado em 2020, o Pix rapidamente virou o principal meio de transferência de dinheiro entre contas. O Brasil fechou 2023 com 144,8 milhões de pessoas com alguma chave cadastrada no Banco Central. A facilidade para transferir dinheiro, por outro lado, chamou atenção de cibercriminosos, que viram uma oportunidade de aplicar os chamados golpes do Pix.

De acordo com um relatório publicado no segundo semestre de 2023 pela Siverguard, empresa brasileira de cibersegurança, 4 em cada 10 pessoas no Brasil já sofreram algum tipo de golpe do Pix, que consiste em ludibriar a vítima para transferir dinheiro pelo referido mecanismo bancário.

A pesquisa ouviu 1,9 mil brasileiros e elencou os golpes mais utilizados por cibercriminosos. São eles:

  1. Golpe do produto ou loja falsa - 22%
  2. Golpe do falso parente pedindo dinheiro - 20%
  3. Golpe da falsa oportunidade de investir ou multiplicar dinheiro - 18%
  4. Golpe da compra de produto de uma rede social hackeada - 12%
  5. Golpe da falsa central de atendimento/gerente - 9%
  • Golpe do produto ou loja falsa

Nessa modalidade de golpe, os cibercriminosos criam páginas de sites ou de redes sociais para simular a venda de produtos. Geralmente, as ofertas são publicadas com preços muito abaixo do praticado no mercado.

Os cibercriminosos usam as redes sociais, sobretudo o Instagram, e páginas de sites de lojas falsas como iscas. O pagamento é sempre feito via Pix, sem uso de boleto ou cartão de crédito.

A recomendação é sempre verificar a reputação da empresa ou checar a URL do site para saber se condiz com o que aparece no anúncio.

  • Golpe do falso parente pedindo dinheiro

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Esse golpe virou febre no Brasil. Os golpistas clonam o número de WhatsApp da vítima e, a partir dos contatos na agenda, pedem dinheiro emprestado de uma pessoa de confiança.

A principal história utilizada no golpe é a de um parente que pede, com urgência, determinado valor emprestado por não conseguir transferir dinheiro a outra pessoa ou por estar com a conta bancária bloqueada.

Sempre desconfie dessa prática e faça perguntas que somente o familiar poderia responder. Você também pode ligar para confirmar o pedido via ligação ouvindo ou até mesmo a pessoa vendo a pessoa via videochamada.

  • Golpe da falsa oportunidade de investir ou multiplicar dinheiro

O retorno rápido de investimentos em fundos ou até mesmo joguinhos, como é o caso do Tigrinho — que virou alvo de investigação e já levou gente para a cadeia— também está entre os mais citados entre as potenciais vítimas dos golpes do Pix.

A atração das vítimas também ocorre nas redes sociais, geralmente usando perfis fakes ou até mesmo influenciadores, ostentando luxo para ganhar a confiança das vítimas e parecer que o retorno do dinheiro investido é garantido. Também são usados falsos prints e depoimentos duvidosos de gente que teria ganhado.

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  • Golpe da compra de produto de uma rede social hackeada

Nesse golpe, a prática é parecida com a do produto falso. A diferença, contudo, está no hackeamento de lojas que, de fato, existem. Os cibercriminosos invadem as redes sociais ou sites de empresas conhecidas e oferecem produtos abaixo do valor de mercado.

A credibilidade da empresa que teve a conta invadida atrai as vítimas, que acabam comprando o produto. O problema é que o dinheiro não vai para a empresa nem o produto ao cliente.

  • Golpe da falsa central de atendimento/gerente

Com base em dados vazados, os cibercriminosos obtêm o número de telefone de potenciais vítimas e entram em contato, simulando que são funcionários do banco.

Em geral, os golpistas relatam algum problema na conta bancária da vítima e dizem que é necessário a pessoa realizar determinado pagamento via Pix para resolver o suposto impasse financeiro.

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Os bancos alertam que não entram em contato via telefone ou mensagens de texto para pedir qualquer valor.

Por que o Pix é visado por golpistas

Apesar da popularidade do Pix na aplicação de golpes, Márcia Netto, CEO da Silverguard, ressalta que o mecanismo não pode ser considerado o vilão, pois ele democratizou e facilitou as transações financeiras.

A especialista frisa que o problema é o aperfeiçoamento cada vez maior das artimanhas dos cibercriminosos de engenharia social, técnica usada para enganar potenciais vítimas a fornecer dados ou dinheiro a partir de falsas histórias.

O Pix acaba parecendo o culpado devido ao seu enorme sucesso e à democratização financeira, mas possivelmente os golpes aconteceriam com outros meios de pagamento ou transferência, ou seja, o verdadeiro vilão não é o Pix e sim a supercriatividade e elaboração dos golpes de engenharia social. Márcia Netto, CEO da Silverguard

Para Longinus Timochenco, vice-presidente de cibersegurança da Clear IT, empresa que oferece soluções de proteção de dados, os golpes do Pix ainda têm aderência por falta de informação das vítimas.

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Em nossa visão, o golpe do Pix ainda é bastante vulnerável para o cidadão brasileiro, por isso o alto volume de ataques. Isso acontece porque o consumidor tem pouco preparo e consciência sobre acontecimentos dessa natureza, além da baixa aderência à boas práticas de proteção, uma vez que os criminosos estão inovando suas técnicas constantemente. Longinus Timochenco, da Clear IT

Perdi dinheiro via Pix, tem como recuperar?

Se você caiu em alguma modalidade do golpe do Pix, ainda há chances de recuperar o dinheiro através do MED (Mecanismo Especial de Devolução). Ele deve ser acionado o mais rápido possível através do contato com o seu próprio banco.

Tilt mostra aqui o passo a passo. Também é recomendável que você tome as seguintes medidas:

Interrompa a comunicação com o golpista: corte qualquer contato com o cibercriminoso.

Documente o golpe: anote horários, números de telefone e guarde conversas de WhatsApp.

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Acione o MED: através do sistema, é possível recuperar o valor caso o dinheiro ainda esteja na conta do golpista.

Faça um boletim de ocorrência: o registro de boletim de ocorrência também é imprescindível para recuperar o dinheiro e eventualmente chegar ao cibercriminoso. E nem precisa sair de casa. Saiba aqui como fazer o registro no seu estado.

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