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SXSW: empresa paradona? 5 passos para você mudar o futuro da sua firma

A futurista Amy Webb durante apresentação no SXSW 2024 Imagem: Divulgação/SXSW

De Tilt, em Austin (EUA)

13/03/2024 12h33

Em tempos de incerteza, previsões do futuro adquiriram o status de imprescindíveis. Essa é a conclusão da conversa entre Amy Webb, professora de previsão estratégica da Universidade de Nova York e fundadora e CEO do Future Today Institute, e Melanie Subin, diretora do Future Institute, durante o SXSW, maior festival de inovação e criatividade do mundo.

O futurismo, nesse caso, não coloca o holofote no comportamento humano global mas, sim, no microcosmo das organizações. Durante painel realizado nesta terça (12), a dupla discutiu para responder ao seguinte questionamento: "Como prever os cenários para mudar a realidade de sua firma?".

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Para responder, as executivas partem de uma situação íntima a quase todos que já trabalharam em grandes companhias: criar apresentações. "O profissional sofre para fazer e sabe que tem chefe que nem abre o PDF", diz Webb. Em seguida, conta o que já sofreu. Após montar um PPT com 300 slides, o feedback veio: precisava chegar a 10 páginas.

Sua linguagem precisa alcançar quem você vai ouvir. Não é um clube do livro, que conta uma história. É uma conversa estratégica que precisa alcançar as políticas da empresa. Por isso, é importante marcar reuniões que devem facilitar o processo. Fale olhando para as pessoas
Amy Webb

Elas propõem 5 passos que podem ser seguidos por qualquer profissional que deseja ter sucesso na previsão de cenário dentro da empresa:

1. Crie uma visão

"Líderes não gostam de espaços em branco, mas gostam de reagir. Coloque suas opiniões e explique como acha que sua organização vai sobreviver a isso", diz Amy.

O segredo, para ela, é criar a visão nos bastidores e só então apresentar. Colocar o líder para criar junto com você é um erro.

2. Pergunte por que isso importa

O cenário que vai ser apresentado tem que parecer real para quem toma a decisão - é importante mostrar possibilidades. Não é um brainstorm, é uma análise de verdade.

"Há momentos em que o time fica preso no dia a dia e pode estar deixando oportunidades passarem", diz Subin.

Mas, claro, para ter segurança de demonstrar tudo isso, é importante que a companhia esteja psicologicamente saudável. Isso implica em não ter medo de ser humilhado ou punido por falar de ideias, questões, apontamentos e até erros. Equipe segura tem mais capacidade de transformação positiva.

3. Responda o que precisamos saber

Apresentações desse tipo devem criar um senso de urgência. E, para isso, é importante documentar o que está sendo dito, entendendo os próximos passos. Pode parecer óbvio, mas quem está dentro de uma cultura pouco saudável de hierarquia talvez encontre barreiras ao fazê-lo. Aí, é necessário testar seu poder de transformação e execução, e convencer de que documentar não é nocivo.

4. Faça um plano

Aqui, vale perguntar o que você sabe até aqui, colocar no papel e, então, começar a preencher as lacunas do que ainda não se sabe. "É assim que se constrói a ponte entre previsão e estratégia", decreta Webb.

5. Execute um plano

Quando você passa pelos quatro passos anteriores e encontra aderência da chefia, é hora de executar o planejado. Nesse momento, trabalhar junto é primordial. "Por mais que se use a inteligência artificial para fazer parte do trabalho, equipe em sintonia é fundamental. Converse com as pessoas", afirma Subin.

O conselho das executivas é fazer amigos como estratégia de trabalho - a dica parece óbvia demais para brasileiros. Mas aparentemente no hemisfério Norte, onde o distanciamento social fica um pouco mais acentuado com a crescente evolução da tecnologia, falar com o outro é pré-requisito para carreiras de sucesso.

Não é se juntar às pessoas na tentativa de manipulá-las, explica Subin. Mas, sim, usufruir de interações pessoais para facilitar a estratégia. Ao conhecer o outro de verdade, é possível até prever seus passos.

Amy Webb encerra dizendo que gostaria que todos se apaixonassem pelo futuro e fizessem disso uma arma de transformação. O brasileiro sente que, pelo menos no quesito da necessidade de humanização frente à evolução meteórica das máquinas, saiu na frente dessa vez.

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