Marketing de influência no SXSW: qual a idade certa para virar influencer?
De Tilt, em Austin (EUA)
17/03/2024 09h33
É raro assistir a um painel no SXSW, o maior festival de inovação do mundo, que não menciona a inteligência artificial e as transformações que ela vem fazendo em nossas vidas. Porém, é inegável a importância das pessoas de verdade nesse processo - que usam a tecnologia, mediam debates e os assistem. A jovem influencer Audrey Boos, de 23 anos, tem meio milhão de seguidores no TikTok e falou sobre isso no painel "Arrase como um influenciador, não importa a sua geração".
Quando você olha para influencers feitas por inteligência artificial, sabe que há times criativos por trás delas. São mentes humanas idealizando criações desde o corte de cabelo. A gente precisa de pessoas reais para fazer acontecer
Audrey Boos, influencer
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Também participaram da roda de conversa Shana Davis, empresária que trabalha com marketing de influência há anos, Alex Devine, presidente de agência, e Jeanne Grey, quem tem 500 mil seguidores no Instagram ansiosos para ver suas fotos artísticas de moda e lifestyle.
O marketing de influência está em alta faz tempo. Só nesse ano, a economia que gira em torno desse tipo de negócio está avaliada em US$ 21,1 bilhões, segundo dados da consultoria McKinsey. Mas, em um mercado saturado como esse, em que todo mundo quer tirar um pedacinho de lucro, o que é preciso ter? E dá tempo de fazer isso se não for jovem como Audrey Boos?
"A gente sempre quer falar com os amigos sobre alguma coisa. Se achar o tema que todo mundo adora conversar com você a respeito, comece a postar sobre isso. Encontre o seu nicho. Você já sabe que é bom em algo", aconselha Devine.
A partir dessa descoberta-chave, é preciso consistentemente postar. O conselho das especialistas é encarar como um canal de mídia de verdade: não dá para postar uma vez por mês. "Estava postando seriamente há alguns meses e recebendo ofertas de marcas, mas estava tão assustada com os contratos... escolhi profissionais para me ajudarem e hoje trabalho com minhas marcas favoritas", conta Audrey, sobre quando estourou, na Universidade. No final das contas, as marcas procuram talentos que amam seu produto.
"Quando aparece a primeira campanha - e eu nem posso chamar de campanha - me ofereceram US$ 10 e uma camiseta. Eu achei aquilo o máximo e percebi que se acontecesse dez vezes pagaria minha conta de gás. Ainda demorou muito para que aquilo pudesse ser meu trabalho integral", lembra Jeanne.
Para isso, é preciso escolher um segmento. "Meu namorado naquela época, que é meu marido agora, disse para eu ver onde isso ia dar. O segundo trabalho foram meias, por US$ 50. A pergunta é: como posso transformar isso em meu próprio post e torná-lo criativo para a marca? Postei. Eles me deram os US$ 50. E assim foi", ela conta.
Shana Davis afirma que muitos talentos só não conseguem contratos por não terem os contatos certos. "Eles não sabem por onde começar e acham isso estranho. É como se dissessem 'não quero me vender como um computador'. Mulheres mais velhas podem falar de choque geracional, por exemplo."
A conclusão é que qualquer pessoa pode ser uma influenciadora. "Amo mulheres nas redes sociais que têm 55 anos mostrando um cabelo incrível para jovens", diz Shana.
Jeanne completa que o segredo é buscar inspiração. Quando ela começou, via muitas inspirações de looks no Tumblr e no Pinterest e pensava: como as pessoas conseguem? Hoje, a mistura de tudo isso impacta centenas de milhares de pessoas. O segredo, elas garantem, é começar. Não importa sua idade.